O Homem de Aço pode ser o começo de um “Universo Cinematográfico DC”?

Com Homem de Ferro 3 encostando nos 740 milhões de dólares mundialmente com pouco mais de duas semanas em cartaz, os holofotes se viram para o outro grande filme de super-heróis da temporada do verão americano: O Homem de Aço. Não é pouca coisa. Com a Marvel bem sucedida em estabelecer um universo cinematográfico coeso, em que Os Vingadores reuniu todos os personagens sob as asas do estúdio/editora (e faturou 1,5 bilhão de dólares só nas bilheterias), a boa passou para o lado da DC, que teve na trilogia O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan centrada em um Batman muito isolado seu único ganha pão.

Vamos aos fatos. O Homem de Aço não traz Superman no título por um motivo bem claro, já explicado pelo roteirista David Goyer em entrevistas: a intenção é deixar explícito que o novo filme é um recomeço, sem qualquer ligação com encarnações passadas do herói. Principalmente com Superman – O Retorno, que tentou reintroduzir o personagem em 2006 nos cinemas e, mesmo com 390 milhões de dólares no cofre, fracassou em se conectar com as platéias – e com os fãs. Embora não seja o vilão de O Homem de Aço, Lex Luthor ao menos já é sugerido com ao inclusão de um edifício da LexCorp no último trailer do filme. Com a Warner ávida por um sucesso como Os Vingadores, O Homem de Aço parece o candidato lógico para começar um universo único que possa resultar em Liga da Justiça no cinema. O caminho mais  lógico – e também mais arricado – seria incluir uma ponta do Batman no filme. É uma possibilidade que deixa a blogosfera pop atenta com boatos não confirmados. A pergunta é: seria o caminho certo?

Serã que eles conseguem dividir a cena em O Homem de Aço?

De cara, a grande questão seria "qual Batman poderia dar as caras?". Seria bacana Christian Bale dar as caras ao final de O Homem de Aço, mais ou menos como Sam Jackson surgiu como Nick Fury depois dos créditos de Homem de Ferro, alertando para a existência de um universo com mais heróis. O problema é que, ao final de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, ele explicitamente pendurou a capa do morcego e foi para a Europa com Anne Hathaway, a Mulher-Gato. Ao mesmo tempo, a sugestão de um novo homem usando a máscara – o policial John Blake, ou "Robin", que no mesmo filme foi papel de Josef Gordon-Levitt – poderia ser um problema para o estúdio, que de cara estabeleceria um Batman que não é Bruce Wayne.

Uma terceira opção, que aparece como a mais provável dentro dos planos super secretos da Warner/DC, é usar O Homem de Aço como plataforma para mostrar um Batman novo, um reboot do personagem que seria posteriormente desenvolvido num filme da Liga da Justiça e depois continuaria em uma série nova, independente dos filmes de Nolan. Mas não seria mais uma distração do que um ponto positivo dentro de O Homem de Aço? Afinal, é o Superman que agora precisa de um marco zero, e o burburinho em torno do filme de Zack Snyder indica que, ao mesmo tempo que o filme é uma aventura épica, ele consegue humanizar o herói, reconectando sua personalidade quase divina com o homem comum, deixando-o mais acessível para uma novíssima geração de fãs. Colocar o Batman nessa mistura pode ser um revés. Por outro lado, O Homem de Aço precisa organicamente ser parte de um universo maior para que a DC não coma mais poeira para a Marvel e trace um caminho coerente para Liga da Justiça.

A espera está quase no fim, e logo saberemos como este novo universo de super-heróis vai ser apresentado. Quem ganha, se tudo der certo, são os fãs do bom cinema. Se tudo der errado, sempre dá para colocar Mulher-Gato em DVD e pensar como tudo pode dar muito, mas muito errado.