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Bruce Willis lidera o elenco charmoso do divertido e ligeiro RED 2

Roberto Sadovski

01/08/2013 03h08

Se existe um filme que veio em mente assistindo a este RED 2, foi Doze Homens e Outro Segredo, que Steven Soderbergh dirigiu em 2004. Mais uma vez um elenco incrível se reúne em torno de uma premissa inverossível, porém extremamente eficiente. Mais uma vez este mesmo elenco parece se divertir horrores atrás das câmeras – e essa disposição contagia quem está do lado de cá. E mais uma vez Catherine Zeta Jones surge absolutamente deslumbrante. Se o primeiro RED, que em 2010 adaptou a violenta HQ de Warren Ellis e Cully Hammer em uma comédia de ação bacana e bem sucedida, levava a vantagem de ter o sabor de novidade, esta continuação, dirigida por Dean Parisot (Galaxy Quest) anaboliza um plot mais ou menos coerente com mais ação, mais comédia e (se é que é possível) mais inverossimelhança.

Depois de se colocar para fora do jogo da espionagem, o ex-gente da CIA Frank Moses (Bruce Willis) tenta uma vida idílica com a namorada, Sarah (Mary-Louise Parker). Mas ele comete dois erros: não percebe que paz e tranquilidade não são exatamente o que Sarah procura; e ignora que, não importa o quanto ele queira distância deste mundo, será sempre tragado de volta. É o que o paranóico Marvin (John Malkovich) insiste em lhe dizer, mas só quando eles são emboscados por agentes em busca de informações de uma missão conduzida durante a Guerra Fria, e passam a ser perseguidos por várias agências de diversos países, Frank decide tomar a dianteira. É um fiapinho de enredo que leva Frank, Marvin e Sarah de Paris a Londres, jornada que os faz reencontrar Victoria (Helen Mirren, de longe dona dos melhores momentos do filme) e adiciona ao caldo a espiã russa (e ex-paixão de Frank) Katya (Catherine Zeta Jones), o assassino internacional Han, interpretado por Byung-Hun Lee (no papel de "apelo mais jovem" que no filme anterior era de Karl Urban), e um Anthony Hopkins totalmente à vontade como um cientista louco. É sério.

RED 2 não tenta ser o que não é: uma comédia de aventura que só existe devido ao sucesso do filme anterior, com um roteiro requentado de diversos filmes de espionagem, customizado para o elenco charmoso. Bruce Willis e John Malkovich continuam com a química saborosa revelada na aventura de 2010, o que nos faz querer mais filmes só para ver a dupla junta. Se existe um pecado no filme, mas que não chega a comprometer a diversão, é o excesso de subplots, que ficam no caminho da trama principal e nunca chegam a ser desenvolvidos além de meia dúzia de frases – como a rivalidade entre Frank e Han. Bons atores como David Thewlis e Nel McDonough não vão além de coadjuvantes de luxo. E se alguém explicar exatamente qual o plano do cientista de Anthony Hopkins ganha um prêmio. Não importa. Com o elenco charmoso e bem disposto, RED 2 é diversão ligeira que vale exatamente enquanto dura.

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.