Conan: o bárbaro, a lenda, o melhor de Schwarzenegger – e mais a caminho...
Eu tinha 9 anos de idade quando entrei no cinema para assistir a Conan, o Bárbaro (que era censura 14 anos, fora da lei!). O cimério, publicado então no Brasil na extinta Heróis da TV, já era um de meus personagens favoritos. Em um mundo dominado por super-heróis fascinantes, porém inofensivos, a criação de Robert E. Howard reinava suprema: Conan é uma força da natureza, o anti herói puro e sem camadas ou surpresas. Ela é exatamente como se apresenta. Um bárbaro rude, guiado por um senso de honra feroz, com zero paciência para as sutilezas do mundo "civilizado" e com o Norte focado em mulheres, comida e a busca pela aventura. É um dos personagens mais espetaculares da literatura de fantasia – já sua origem foi nos pulps, sendo depois popularizado nos quadrinhos e imortalizado em celulóide por Arnold Schwarzenegger.
Conan, o Bárbaro, dirigido por John Milius em 1982 (com roteiro de Oliver Stone), é uma verdadeira obra prima do gênero. Conan, o Destruidor, lançado dois anos depois e comandado por Richard Fleischer, trocou a crueza do primeiro por um clima infantilizado que emasculou o bárbaro. Schwarzenegger ainda voltaria ao papel no fiasco Guerreiros de Fogo – chamado Kalidor, para todos os efeitos era o próprio bárbaro, fazendo par com a guerreira Sonja defendida por Brigitte Nielsen. Enquanto nos quadrinhos Conan experimentou seu auge e sua decadência, tendo renascido de maneira brilhante alguns anos atrás em uma nova série pela Dark Horse, a volta das Grandes Aventuras (com maiúsculas mesmo) deu espaço a uma série de TV boboca (com Ralf Moeller no papel do bárbaro) e um desenho animado decididamente ofensivo. Arnold foi o Terminator, John Kimble, Dutch, Ivan Danko, Douglas Quaid, Jack Slater, Harry Tasker, Mr. Freeze… e Governador da Califórnia. Conan voltou aos cinemas em 2011 – jovem, furioso, tropeçando em um roteiro pedestre e em criaturas digitais e interpretado com vontade por Jason Momoa. Mas quem gosta de cinema sabe que o diretor Marcus Nispel é incapaz de fazer um bom filme. Foi um fracasso. E seria, para todos os efeitos, o fim.
E agora, as boas notícias. Desde que a Universal recuperou os direitos do personagem, o produtor e roteirista Chris Morgan (Velozes & Furiosos) abraçou o projeto da volta épica do personagem com ferocidade. Assegurar que Schwarzenegger, agora de volta a seu trabalho principal como ator (e chegando aos cinemas brasileiros nas próximas semanas em Rota de Fuga, ao lado do chapa Sylvester Stallone), seria o único a brandir a espada de Conan foi sua prioridade. Arnold, claro, topou. Agora o estúdio colocou o roteiro nas mãos de Andrea Berloff, que até agora tem o drama As Torres Gêmeas (de Oliver Stone) no currículo, mas que também traz na bagagem alguns dos projetos de ação mais interessantes dos próximos anos, como a versão americana do thriller francês Sleepless Night e uma nova versão da lenda do Rei Arthur para a Disney.
Em outubro de 2012, quando a Universal e Schwarzenegger se envolveram com a volta de Conan, a ideia se tornou retratar o bárbaro décadas depois dos dois filmes dos anos 80, com o personagem calejado após anos no trono da Aquilônia, a mais poderosa nação da Era Hiboriana, lutando para manter sua coroa e mostrando aos homens civilizados como é a justiça nas mãos de um bárbaro. O clima, Morgan assegura, espelha o filme seminal de 1982, um marco do gênero que lançou a carreira de Schwarzenegger – e ainda é seu melhor trabalho (sorry, fãs do T-800). A Lenda de Conan, se Crom assim permitir, está mais próximo de se tornar real.
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