Trailer do novo Godzilla traz um monstro implacável em uma cidade em ruínas

Fruto do pavor atômico bem real experimentado pelo Japão ao fim da Segunda Guerra Mundial, Godzilla se tornou metáfora para o poder destruidor que o homem é incapaz de vencer. O filme original, dirigido por Ishirõ Honda em 1954, criou um ícone pop que, de lá para cá, estampou cerca de trinta filmes, inspirou inúmeros imitadores e viu sua influência impressa em um dos filmes mais bacanas do ano que termina, Círculo de Fogo, de Guillermo Del Toro. Apesar de ter sua força concentrada no cinema japonês, Godzilla foi reinterpretado uma vez do lado de cá do planeta em uma produção tão equivocada que quase enterrou de vez a criatura fora de sua terra natal. Como recordar é viver…

Pois é, isso aí era a visão de Roland Emmerich para Godzilla – uma visão equivocada em um filme povoado por personagens que caberiam melhor num desenho animado cômico (Matthew Broderick como protagonista de Godzilla, sério?). O trabalho de reinventar o monstro em Hollywood para o século 21 ficou nas mãos de Gareth Edwards, que em 2010 dirigiu, com orçamento abaixo dos 500 mil dólares, a ficção científica Monsters. Inteligente, o filme mostra nosso planeta lidando com as consequências da invasão de criaturas abissais, agora isoladas num naco do planeta que se tornou proibido para o resto da humanidade. Os protagonistas tem de atravessar essa terra de ninguém, e Edwards aproveita para mostrar não só sua habilidade narrativa, mas também o que é possível criar com efeitos especiais baratinho.

Godzilla, que chega aos cinemas ano que vem, não é uma experiência a preço de custo. É um candidato a blockbuster milionário, com elenco estelar (Aaron Taylor-Johnson, Bryan Cranston, Elizabeth Olsen, Ken Watanabe, Juliette Binoche), tom apocalíptico e uma criatura que, pelo que o trailer sugere, passa longe da iguana vitaminada que o cinemão mostrou há mais de quinze anos. É um espetáculo de destruição de primeira, o tipo de filme que os fãs querem ver quando o nome da criatura estampa o cartaz. E aí, o que você acha da fera implacável que é o novo Godzilla?