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As 25 melhores histórias em quadrinhos dos Vingadores

Roberto Sadovski

28/04/2015 09h22

Avengers-PerezNo momento em que eu publico essa lista, Vingadores: Era de Ultron já arrecadou mais de 200 milhões de dólares. Só em sua estreia. Sem sequer ter começado sua carreira nos cinemas americanos. Dizer que é um fenômeno é redundância – mas será curioso observar, pelas próximas semanas, o tamanho deste fenômeno. Mas o Universo Cinematográfico Marvel é um animal diferente deste que eu vou abraçar aqui. Nas semanas que antecederam o lançamento, mergulhei na tarefa de ler todos os gibis do grupo desde seu lançamento em 1963. Alguns, confesso, passei o olho rapidamente (alô, "Heróis Renascem"…); outros, li e reli como há muito não fazia (John Buscema, na real, foi o melhor desenhista dos Vingadores, com George Pérez colado em segundo). No total, pincelei 25 histórias, que coloco a seguir em ordem cronológica, apontando a edição original ianque, destacando aquela que melhor representa os Vingadores pra mim – você vai descobrir qual logo logo… Foi divertido, mas um trabalho absurdo. Segura as pontas que a leitura agora é longa…

"A Chegada dos Vingadores"
(The Avengers Vol. 1, #1, julho de 1963)

The Coming of the Avengers cover

A Liga da Justiça, da concorrente DC, já havia mostrado o caminho das pedras. O começo dos Vingadores, porém, foi baseado no caos, na premissa de juntar, sob um só teto (ou uma só revista), personalidades tão explosivas. De alguma forma, Stan Lee e Jack Kirby fizeram a mágica funcionar, até de maneira ingênua. Hoje, mais de cinco décadas depois, a narrativa parece bobinha, apressada, com o plot de Loki para livrar-se de seu irmão, Thor, saindo espetacularmente pela culatra. O batismo "Vingadores", no fim das contas, não faz o menor sentido. Mas, a essa altura, quem se importa? Era mágica, ali, no papel.

The Coming of the Avengers page

"Capitão América Une-se aos… Vingadores!"
(The Avengers Vol. 1, #4, março de 1964)

Captain America Joins the Avengers cover

Para mim (e eu sei que não estou sozinho nessa), a "verdadeira" origem dos Vingadores aconteceu em sua quarta edição, quando Lee e Kirby recuperara o ícone da Era de Ouro dos quadrinhos, o Capitão América, e o introduziram na equipe. O homem fora de seu tempo, então duas décadas fora do compasso do mundo, encaixou-se de maneira brilhante na dinâmica da equipe que a Marvel estava formando, dando aos Vingadores, ao mesmo tempo, cérebro e coração. Mais do que qualquer outro personagem, o Capitão é a personificação dos Vingadores, e seu retorno é uma história coalhada de momentos icônicos.

Captain America Joins the Avengers page

"A Mudança da Velha Ordem"
(The Avengers Vol. 1, #16, maio de 1965)

The Old Order Changeth cover

Um dos temas recorrentes nos quadrinhos dos Vingadores é a apresentação de uma nova equipe – exatamente como acontece em Era de Ultron. A primeira grande mudança, também por Lee e Kirby, viu os fundadores da equipe segundo seu caminho, deixando nas mãos do Capitão América a tarefa de apresentar não só os novos membros, mas de convencer as autoridades e o público que estes ex-criminosos – Gavião Arqueiro, Mercúrio e Feiticeira Escarlate – estavam prontos para trilhar um caminho de redenção.

The Old Order Changeth page

"Temam… o Visão!"/"Até um Andróide Pode Chorar"
(The Avengers Vol. 1, #57-58, outubro-novembro de 1968)

Behold the Vision cover

Acredite, houve uma época em que grandes tramas eram resolvidas em uma, no máximo duas edições. A introdução do Visão foi assim, em uma narrativa enxuta de Roy Thomas e John Buscema. Primeiro, mostrando o sintozóide criado por Ultron para destruir a equipe – e que, depois, enxerga a nobreza em seus inimigos. No mês seguinte, os Vingadores ponderam se o Visão deve fazer parte de suas fileiras, culminando com a cena emocionante que dá título à história.

Behold the Vision page

"A Guerra Kree/Skrull"
(The Avengers Vol. 1, #89-97, junho de 1971 a março de 1972)

Kree Skrull War cover

Essa provavelmente é minha história favorita dos Vingadores de todos os tempos. Roy Thomas misturou meia dúzia de linhas narrativas em um plot que, quando começa, não tem tempo para respirar. Em uma óbvia alusão ao McCarthysmo e a "caça aos comunistas" que, na época, já podia ser discutida de forma mais aberta na sociedade americana, Thomas colocou um Skrulls disfançado como um senador americano para causar um sentimento anti-alienígena na população – o que atingiu diretamente o Capitão Marvel, ele mesmo um kree e aliado dos Vingadores, que de repente se encontram em meio ao conflito entre as duas raças. É o gatilho para uma trama que conduz a uma viagem fantástica pelo interior do corpo de um Visão em coma (cortesia do Homem-Formiga e do desenhista Neal Adams), passando pelo conflito com uma divisão de armadura da S.H.I.E.L.D., a aproximação do Visão e da Feiticeira Escarlate e o espetacular clímax no espaço, uma guerra estelar que teve, além de Adams, o lápis dos irmãos John e Sal Buscema. Os Vingadores, honestamente, não ficam melhores que isso!

Kree Skrull War page

"A Saga da Madonna Celestial"
(The Avengers Vol. 1, #129-135 e Giant Size Avengers #2-4, novembro de 1974 a junho de 1975)

Celestial Madonna Saga cover

O roteirista Steve Englehart era bom em desconstruir uma história em vários caminhos diferentes para, depois, juntar tudo num clímax coerente. "A Saga da Madonna Celestial" levou essa ideia ao extremo, com histórias diferentes colidindo na narrativa principal: a profecia que uma mulher próxima aos Vingadores seria a mãe de uma criança fundamental para o equilíbrio cósmico. Ao fim, a escolhida poderia ser Mantin, a Serpente da Lua ou a Feiticeira Escarlate. Em meio a isso, o viajante do tempo Kang, o Conquistador (que seria PERFEITO para a Marvel no cinema pós-Thanos) enxerga no caos a oportunidade para estender seus planos de dominação. O arco também revelou a origem do Visão e seu casamento com a Feiticeira Escarlate… Um momento de paz que, claro, levaria a outras tramas caóticas no futuro.

Celestian Madonna Saga page

"A Coroa da Serpente"
(The Avengers Vol. 1, #141-144, 147-149, novembro de 1975 a julho de 1976)

The Serpent Crown cover

Basicamente, a trama aqui são Vingadores contra a Liga da Justiça. Ou melhor, o Esquadrão Supremo, basicamente versões genéricas dos heróis da DC, apresentados após sofrer lavagem cerebral e de encontro com os heróis mais poderosos da Terra. O mcguffin é a Coroa da Serpente, artefato poderosíssimo que até hoje causa dor de cabeça à equipe. A arte de George Pérez surge em sua primeira encarnacão, com o artista encontrando seu rumo e aperfeiçoando sua técnica em desenhar equipes imensas, que chegaria ao ápice décadas depois.

The Serpent Crown page

"A Ameaça Final"
(Avengers Annual #7 e Marvel Two-in-One Annual #2, agosto e dezembro de 1977)

The Final Theat cover

O artista Jim Starlin havia deixado a Marvel, mas retornou para concluir a saga espacial de Adam Warlock. Especialista em todas as coisas cósmicas, Starlin usou os Vingadores (e, também, o Coisa e o Homem-Aranha) para retratar o conflito definitivo do herói contra o onipresente Thanos, desde já em busca do poder supremo gerado pelas Jóias do Infinito. Um épico quase cinematográfico que não ficaria nada mal se fosse usado como base para os filmes da equipe a ser lançados em 2018 e 2019. Só falta Warlock dar as caras em Guardiões da Galáxia 2….

The Final Threat page

"A Saga de Korvac"
(The Avengers #167-169, 170-171, 173-177, janeiro a novembro de 1978)

The Korvac Saga cover

Jim Shooter, editor-chefa da Marvel na época, foi o responsável por esta saga sobre viagens no tempo e uma ameaça do futuro que, derrotada nos anos 3000, volta no tempo com os poderes de um deus para destruir ontem, hoje e amanhã. Com uma legião de convidados especiais – incluindo o Dr. Estranho, os Defensores e os Guardiões da Galáxia originais –, os Vingadores conhecem a derrota nas mãos de um único inimigo, um ser forte o bastante para deixar os heróis no chão. O combate final, embora seja uma luta de proporções cósmicas, ocorre na sala de estar do vilão, Korvac, que vive confortavelmente no Queens, subúrbio de Nova York…

The Korvac Saga page

"Noites de Wundagore"
(The Avengers Vol. 1 #181-187, março a setembro de 1979)

Nights of Wundagore cover

Só mesmo uma trama dos Vingadores mistura política e ação nas mesmas proporções, com espaço para revelações surpreendentes e uma heroína dando os primeiros sinais de que algo estava errado em sua mente. David Michelinie escreveu e John Byrne arrebentou no lápis com a história que começa com a interferência do govenro americano na escalação dos Vingadores, uma crise que culmina com a luz jogada no passado dos gêmeos Mercúrio e Feiticeira Escarlate, aqui descobrindo que seu pai é, na verdade, o mutante Magneto. Apesar do foco no desenvolvimento dos personagens, Michelinie e Byrne nunca perdem o foco que Os Vingadores é uma série de ação – o que as páginas aqui não deixam a menor dúvida.

Nights of Wundagore page

"Estado de Sítio"
(The Avengers Vol. 1, #273-277, novembro de 1986 a março de 1987)

Under Siege cover

O Barão Zemo, inimigo jurado do Capitão América, forma uma equipe de super-vilões com o único propósito de destruir os Vingadores. E é exatamente o que seus Mestres do Mal conseguem, atacando membros da equipe separadamente (Hércules é espancado e fica à beira da morte) e torturando os heróis capturados física e emocionalmente: em um dos momentos mais pesados da trama de Roger Stern, o Capitão vê os únicos objetos que guardara de uma época antes da Segunda Guerra serem destruídos em sua frente. A virada da equipe e a conclusão da saga fecham o que é uma verdadeira obra prima narrativa e emocional. Sem falar que John Buscema mostra porque sempre foi um mestre.

Under Siege page

"Ataque ao Olimpo"
(The Avengers Vol. 1, #281-285, julho a novembro de 1987)

Assault on Olympus cover

Com Hércules em coma depois do ataque sofrido pelos Mestres do Mal, seu pai, Zeus, joga a culpa nos Vingadores – e leva todos ao Olimpo para serem punidos. A trama de Stern e Buscema (mais uma vez) mostra como a equipe não se curva nem ante um deus, fechando também um ciclo nas histórias da equipe com o adeus de um de seus roteiristas mais consistentes, capaz de construir um time de Vingadores inusitado, com a Mulher-Hulk, Namor e Dr. Druida (!) lutando ao lado do Capitão América, Thor e Vespa.

Assault on Olympus page

"A Busca Pelo Visão"
(West Coast Avengers #42-45, março a junho de 1989)

Vision Quest cover

O artista lendário John Byrne assumiu a série dos Vingadores da Costa Oeste já fazendo barulho. Depois de o Visão quase dominar o mundo, o governo americano basicamente desmantela o andróide, fazendo com que seus companheiros de equipe tentem resgatá-lo e, depois, juntar suas partes. A volta do Visão é recebida com surpresa e decepção por sua mulher, a Feiticeira Escarlate, já que o sintozóide ressurge com a personalidade dramaticamente alterada, mais fria e distante. É o começo do fim para a heroína mutante, marcado em uma trama que equilibra, como só Byrne sabia fazer, ação grandiosa e emoção escancarada.

Vision Quest page

"Ultron Sem Limites"
(The Avengers Vol. 3, #19-22, agosto a novembro de 1999)

Ultron Unlimited cover

Pausa para observar as datas: eu praticamente saltei TODA a década de 90, que decididamente produziu não só as piores histórias dos Vingadores (e dos quadrinhos em geral) da história, como ainda flertou com o fiasco batizado "Heróis Renascem", quando o título passou para as mãos de Rob Liefeld, talvez o pior artista de quadrinhos de todos os tempos. Ainda bem que a Marvel caiu em si e, no ricochete, entregou a equipe a uma de suas melhores duplas criativas: Kurt Busiek e George Pérez, agora no auge de seu ofício. Depois de dois arcos irretocáveis, a dupla produziu o que é sua obra prima. O robô assassino Ultron decide que exterminar a vida na Terra é pouco, ele agora quer substituir os humanos por outras formas de vida artificiais. O começo é uma paulada, já que ele comete genocídio com a população de um país europeu em menos de três horas. É nesse clima sorturno que os Vingadores confrontam Ultron em uma verdadeira guerra, que culmina com a redenção de Hank Pym, que anos antes foi o responsável por sua criacão. Quer procurar a verdadeira inspiração no papel para Era de Ultron? Sua busca terminou, meu caro…

Ultron Unlimited page

"Vingadores Eternamente"
(Avengers Forever #1-12, dezembro de 1998 a novembro de 1999)

Avengers Forever cover

Ao mesmo tempo em que salvava os Vingadores das trevas em seu recém-relançado título mensal, Kurt Busiek (com o desenhista Carlos Pacheco) traçou uma minissérie que dobrava tempo e espaço, mostrando Kang, o Conquistador, combatendo sua versão mais velha, Immortus. A única esperança de salvar o espaço-contínuo é reunir a equipe perfeita de Vingadores, sete heróis retirados de momentos específicos e realidades paralelas, reunidos em torno de Rick Jones, um "mascote" dos heróis que terminou se tornando igualmente importante. A arte de cair o queixo de Pacheco é o complemento perfeito para a narrativa elegante de Busiek, que mescla com perfeição emoção e espetáculo.

Avengers Forever page

"A Dinastia de Kang"
(The Avengers Vol. 3 #41-55, Avengers Annual 2001, junho de 2001 a julho de 2002)

The Kang Dynasty cover

A despedida de Kurt Busiek dos Vingadores trouxe o personagem que ele mais parece confortável em colocar contra a equipe: o viajante do tempo Kang. As várias encarnações do vilão se cruzam quando ele chega do futuro anunciando o fim da humanidade e ele como seu único salvador. A guerra subsequente pulveriza os Vingadores, e o que se segue é uma operação de guerrilha que culmina num combate climático de Kang contra o Capitão América – que, claro, representa o melhor que a humanidade tem a oferecer. A arte é providenciada pelo mestre Alan Davis, com a conclusão desenhada por Kieron Dwyer.

The Kang Dynasty page

"Super-Humano"
(The Ultimates #1-6, março a agosto de 2002)

Superhuman cover

Quando a Marvel relançou sues títulos em uma linha editorial paralela batizada Ultimate Comics, os Vingadores receberam uma versão menos fantasiosa e mais, digamos, "realista", com Os Supremos. Nas mãos do roteirista Mark Millar, e com o traço fenomenal de Bryan Hitch, a equipe foi formada sob a mão militar da S.H.I.E.L.D. e teve seu começo com a descoberta do corpo congelado do Capitão América, que logo se uniu ao arrogante Tony Stark, o Homem de Ferro, e ao ambientalista e completamente pinel Thor. Em seu primeiro arco, a equipe precisa deter o Hulk que, surgido da fúria do cientista Bruce Banner, está destruindo Manhattan e matando centenas de civis. Poucas séries tem a energia cinética levantada por Millar e Hitch, que em seis edições pavimentaram o caminho para mais três arcos em escala cada vez maior.

Superhuman page

"Vingadores/Liga da Justiça"
(JLA/Avengers #1-4, setembro, outubro e dezembro de 2003, maio de 2004)

JLA Avengers cover

O encontro de personagens da Marvel e da DC era uma tradição nos anos 70, interrompida por disputas editoriais na década seguinte, e esticada à exaustão nos cansativos anos 90/começo dos 00. Mas o canto do cisne dos crossovers é também o melhor deles. Kurt Busiek escreveu e George Pérez desenhou o que pode ser descrito como um épico cinematográfico que, se um dia fosse levado às telas, seria a aventura mais espetacular de todos os tempos. No papel, é quase isso. Busiek teceu uma trama em que Vingadores e Liga da Justiça existem em mundos paralelos, mas que terminam se misturando por maquinações do vilão Krona. Ao longo de quatro edições, os heróis entram em conflito e depois veem seus mundos se misturarem, com as configurações mais impressionantes das duas equipes sendo criadas. É, ao mesmo tempo, uma grande história de ação e uma viagem no tempo pela histórias dos dois times, culminando com o momento em que o Superman empunha tanto o escudo do Capitão América quanto o martelo de Thor. Até o momento, a saga é o último encontro de heróis da Marvel e da DC.

JLA Avengers page

"Zona Vermelha"
(The Avengers Vol. 3, #65-70 maio a outubro de 2003)

Red Zone cover

Geoff Johns, uma das maiores forças criativas da DC Comics, passou dois anos no comando dos heróis mais poderosos da Terra. O clímax de seu trabalho foi neste arco que coloca os Vingadores contra um inimigo que eles não podem combater com os punhos: uma praga que está corroendo as entranhas do meio-oeste americano, materializada em uma névoa que dissolve a carne de suas vítimas até o osso. A doença aparentemente incurável é parte dos planos do Caveira Vermelha que, curiosamente, não enfrenta o Capitão América em sua derrocada, e sim o Pantera Negra, em um dos grandes momentos dos quadrinhos modernos, materializado no lápis de Olivier Coipel. Perdido no turbilhão de caos que são os Novos 52 na DC, bem que Johns poderia passar mais uma temporada na Marvel para, digamos, aguçar o apetite mais uma vez…

Red Zone page

"A Queda"
(The Avengers, Vol. 3, #500-503, Avengers Finale, setembro de 2004 a janeiro de 2005)

Disassembled cover

Ao longo dos anos, vários criadores sugeriram que o Tico e o Teco de Wanda Maximoff não estavam se entendendo. Para terminar a série dos Vingadores com um pipoco, o roteirista Brian Michael Bendis chutou o pau e fez com que Wanda pirasse de vez, atacando seus companheiros de equipe usando sua magia mutante e desmantelando de vez o time de heróis. Saldo final? Três mortos (Homem-Formiga, Visão e Gavião Arqueiro), uma Mulher-Hulk descontrolada e os Vingadores finalmente ganhando da Marvel a atenção que merecia. Ah… e o que é a arte de David Finch!!!!!

Disassembled page

"A Fuga!"
(New Avengers #1-6, janeiro a junho de 2005)

Breakout cover

Depois que quebrar a equipe, Brian Bendis tratou de reposicionar os Vingadores dentro do Universo Marvel. Seus "Novos Vingadores" foram reunidos após uma crise: a fuga em massa de supervilões de uma megaprisão, que mostrou a Steve Rogers, o Capitão América, a necessidade de manter o time vivo. De uma Nova York sombria à Terra Selvagem, os heróis passam por seu batismo de fogo e aprendem (ou ao menos começam…) a agir como uma equipe, agora formada por Capitão América, Homem de Ferro, Homem-Aranha, Mulher-Aranha, Wolverine, Luke Cage e Sentinela. Um recomeço brilhante que gerou grandes sagas e uma reformulação de poder dentro da editora.

Breakout page

"Guerra Civil"
(Civil War #1-7, julho de 2006 a janeiro de 2007)

Civil War cover

A história mais importante dos Vimngadores dos últimos anos mostrou uma tragédia que causou uma ruptura entre seus principais heróis. O estopim é a morte de centenas pessoas de uma cidadezinha durante o combate entre um vilão de quinta e o supergrupo juvenil Novos Guerreiros. O governo decreta uma Lei que obriga a todo super humano revelar sua identidade, registrar seus poderes e receber treinamento. O Homem de Ferro aceita, já que, para não escalar o problema, acha melhor lidar com ele por dentro; o Capitão América, porém, não tem exatamente boas lembranças de quando seres humanos foram catalogados em prol do "bem maior". O dilema termina quando Tony Stark lidera os Vingadores em uma caçada contra Steve Rogers e sua equipe de Vingadores Secretos. A série trouxe vários momentos icônicos (a morte do Golias Negro por um clone de Thor, a revelação da identidade secreta do Homem-Aranha), culminando na morte do Capitão América e a divisão do Universo Marvel, que posteriormente caminhou para lugares ainda mais sombrios. Guerra Civil, uma produção de Mark Millar e Steve McNivel, será a base para o próximo filme do Capitão América. É um ótimo começo.

Civil War page

"Reinado Sombrio"
(Dark Avengers #1-6, 9-16, 2009-10, março de 2009 a maio de 2010)

Dark Avengers cover

Pop quiz: o brasileiro Mike Deodato queria desenhar o gibi-solo do Wolverine, mas não pôde recusar a proposta de Brian Michael Bendis, que criou os Vingadores Sombrios exclusivamente para o traço do paraibano. Depois da minissérie Invasão Secreta, Norman Osborn ganhou poder imensurável dentro do governo ianque – poder que o fez criar sua própria equipe de Vingadores, composta de vilões vestidos como uma versão distorcida de heróis como Wolverine e o Homem-Aranha. O próprio Osborne assumiu a armadura do Patriota de Ferro, encabeçando uma série equilibrada entre drama e humor, com o nêmesis doentio do Homem-Aranha colocando-se na posição de chefe da Lei e do crime no Universo Marvel. Bendis foi quem mais se divertiu, revelando aos poucos as facetas insanas de Osborn – que, com o Homem-Aranha agora integrando o Universo Cinematográfico Marvel, pode colocar as manguinhas de fora nas telas em grande escala. Dedos cruzados….

Dark Avengers page

"Cumpra a Missão, Não Seja Visto, Salve o Mundo"
(Secret Avengers #16-21, agosto de 2011 a janeiro de 2012)

Run the Mission cover

O roteirista Warren Ellis exercitou neste Vingadores Secretos o que faz melhor: histórias curtas, dinâmicas e de alto impacto. Contando com seis artistas diferentes (como Alex Maleev, Stuart Immunem, Michael Lark e David Aja), ele levou a equipe liderada pelo comandante Steve Rogers, assumindo o papel de Super Soldado enquanto Bucky Barnes continuava como Capitão América, a missões de espionagem ao redor do globo. O resultado são tramas isoladas que compartilham de um mesmo contexto, misturando ficção científica e espionagem com personagens tão variados como o Fera, Cavaleiro da Lua, Máquina de Combate, Viúva Negra e Shang Chi, o Mestre do Kung Fu.

Run the Mission page

"A Sombra Vermelha"
(Uncanny Avengers #1-5, outubro de 2012 a março de 2013)

The Red Shadow cover

Depois de Vingadores Vs. X-Men, o Capitão América decidiu agregar mais mutantes aos heróis mais poderosos da terra. Embora os títulos da equipe (Avengers, New Avengers etc) estivessem sempre integrados, este Uncanny Avengers ganhou vida própria, com o primeiro arco colocando o Caveira Vermelha como principal ameaça, principalmente depois de roubar (literalmente) o cérebro superpoderoso do falecido professor Charles Xavier. O roteirista Rick Remender, auxiliado pelo brilhante John Cassaday, acertou em cheio no equilíbrio da série, do drama dos X-Men ao espetáculo dos Vingadores. Principalmente neste primeiro arco, que reuniu, ao lado do Capitão América, Thor, Wolverine, Feiticeira Escarlate, Vampira e Destrutor. Se você ler uma única série moderna dos Vingadores, esta é sua escolha.

The Red Shadow page

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.