Guardiões da Galáxia ganham série animada que estreia agora no Brasil
Guardiões da Galáxia chegou aos cinemas em 2014 e foi um estouro de quase 800 milhões de dólares. Como as caixas registradoras não param de tilintar, uma animação para aproveitar a súbita popularidade do grupo de heróis espaciais – em exibição por aqui no Disney XD desde 30 de janeiro – era óbvia. Afinal, nada como aproveitar um sucesso, certo? Bom, a história não é exatamente essa…
"Começamos a desenvolver a série muito antes de o filme chegar aos cinemas", revela Eric Radomski, produtor da série Guardiões da Galáxia e veterano de incontáveis animações bacanas para a TV. "Não houve pressão. Tínhamos uma ideia da história do filme, mas foi uma produção paralela." Claro que, quando Guardiões faturou alto nos cinemas, o olhar em direção à animação ficou mais agudo. "Nosso público-alvo estaria mais familiar com os personagens, o que foi uma preocupação momentânea", lembra. "Estão todos satisfeitos com os episódios que já foram exibidos."
O "público-alvo" para uma animação na TV, por sinal, cresce mais e mais em importância quando o assunto são produtor multimídia como Guardiões da Galáxia. "Nossa função é não só lembrar o público que estes personagens existem, mas também apresentá-los a uma plateia nova", explica. "A animação é a mídia ideal para mostrar mundos novos, já que não só é limitada pela imaginação dos criadores e, talvez, pelo histórico dos personagens."
Guardiões da Galáxia, afinal, não é uma invenção recente, já que lida com personagens presentes nos quadrinhos há décadas. A vantagem para Radomski, claro, é que eles não são – ou não eram – tão populares como outro personagem que ele ajudou em uma de suas encarnações na TV: o Homem-Aranha. "Quando fiz Ultimate Spider-Man foi impossível escapar do julgamento imediato, já que as pessoas na hora escolhem sua versão favorita do personagem", conta. "Com Guardiões, não haviam regras, então a plateia podia ter a mente mais aberta. Eu prefiro trabalhar com material original, mas quando temos em mãos a criação de outras pessoas, nos esforçamos ainda mais para acertar."
Eric Radomski com certeza sabe do que está falando. Ele foi um dos responsáveis pela criação de uma das melhores séries animadas da história: Batman, que criou a arquitetura de praticamente todas as adaptações modernas de super-heróis para a TV. "O filme de Tim Burton tinha acabado de ser lançado (em 1989), era a hora certa para criar a série", lembra. "A emissora de TV estava aberta para novas experiências, tinham interesse em descobrir um novo público. Fomos capazes de criar uma série dramática densa dentro de um desenho animado."
A maior descoberta que o produtor fez com Batman: The Animated Series foi que não eram só crianças prestando atenção no formato – e essas mesmas crianças estavam começando a mudar. "Muita gente na TV achava que super-heróis em animação eram só os Superamigos e mais nada. Mas o público mais jovem já estava se tornando mais sofisticado, mais exigente e mais tolerante", lembra Radomski, que também dirigiu o Cavaleiro das Trevas em um longa para o cinema em 1993, A Máscara do Fantasma. "Batman mostrou que era possível atender à demanda desse público e dar um passo à frente. Meus filhos cresceram nessa época de informação acelerada, essa geração sabe muito bem separar realidade e ficção." Ainda assim, existe espaço para produtos ainda mais leves: "A diferença hoje é a idade, desenhos mais simples são feitos para um público ainda mais jovem… o que não é ruim só é sinal que os tempos mudaram".
Não importa o formato, não importa o público-alvo. O principal para ter sucesso em adaptar personagens entre mídias, na visão de Radomski, é nunca perder o foco na história. "É o que amarra tudo, a história e os personagens", ressalta. "A única coisa que diferencia cada versão é a mídia." O produtor explica que as histórias em quadrinhos podem ser esticadas em vários capítulos, e um gibi pode ser relido para que não se perda o fio condutor da trama. Filmes tem uma única chance de ganhar a plateia, mas seu alcance é bem maior – além de ter mais atenção de uma parte do público que não é o fã tradicional. "Já nós habitamos o espaço que existe entre os filmes e as histórias em quadrinhos que geraram os personagens", conclui. "Não é um lugar ruim."
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