O que o diretor de Homem de Ferro pode trazer para o universo Star Wars?
Lembra quando Star Wars só existia em trilogias, com intervalos de três anos entre os filmes? Ah, bons tempos. Vamos aos fatos. Com o sucesso acachapante do Universo Cinematográfico Marvel, não seria menos que óbvio que a Disney, proprietária da LucasFilm, produziria o máximo de produtos com a marca nas costas. Desde o relançamento do projeto em 2015 com O Despertar da Força, ao menos um filme por ano chegou aos cinemas, com Rogue One (2016) sendo seguido por Os Últimos Jedi (2017), chegando a Han Solo este ano e o ainda sem título Episódio IX ano que vem. Mas é pouco. Na TV, a (excelente) animação Star Wars Rebels deu seus últimos suspiros. Por que não, portanto, unir o melhor de dois mundos? Entra em cena Jon Favreu, justamente o sujeito que deu o pontapé inicial do UCM no cinema com Homem de Ferro, agora com a caixa de brinquedos de Star Wars em mãos.
Favreau, também responsável por Homem de Ferro 2, Cowboys & Aliens e Mogli, o Menino-Lobo, assinou para escrever, desenvolver e ser produtor executivo de uma série live action de Star Wars, como patrte do serviço de streaming que a Disney planeja lançar para competir com a Netflix. No momento, é só amor entre as partes envolvidas. "Eu não poderia estar mais empolgada com a chegada de Jon", derreteu-se Kathleen Kennedy, presidente da LucasFilm. "Ele traz a mistura perfeita de talento para escrever e produzir, além de fluência no universo Star Wars." O diretor, claro, não deixou por menos: "Se alguém me dissesse aos 11 anos que eu teria permissão para contar histórias do universo Star Wars, eu não teria acreditado". Fofura de todos os lados. Mas a verdade é que Favreau traz a musculatura necessária para ativar um projeto dessa escala, tendo se reinventado de ator versátil a diretor eclético, indo com a mesma desenvoltura de um blockbuster como O Rei Leão (que ele está preparando para julho do ano que vem) a um projeto independente como Chef. Ele mistura drama, humor e ação como poucos e tem verdadeira paixão por seus personagens. Star Wars não poderia estar em melhores mãos.
A essa altura, não são as únicas. Uma série live action para a TV com o selo da "galáxia muito, muito distante" é assunto desde que George Lucas era o dono de todo o universo. Quando o produtor/diretor estava finalizando seu Episódio III – A Vingança dos Sith, a migração para a TV era um plano ambicioso. Na época, mais de uma década atrás, Lucas queria escrever com seu time uma centena (!) de episódios, filmar de ponta a ponta e vender o produto final para uma TV de vanguarda, especificamente a HBO. O tema seriam histórias à margem da saga retratada nos filmes, revelando o submundo do universo Star Wars além de Jedis e Sith, talvez focado em personagens como o caçador de recompensas Boba Fett e outros novatos criados para a série. A empreitada, porém, custaria uma fábula, e Lucas se recusava a criar qualquer produto com a marca Star Wars que não tivesse excelência em produção. Em outras palavras, os efeitos especiais para a TV circa 2005 eram caros demais e/ou toscos demais. Curiosamente, essa idéia das "cercanias do universo" foi justamente o embrião para as "Histórias Star Wars" que o cinema tem contado fora da saga, como Rogue One e Han Solo.
Jon Favreau aparentemente não é o único com as chaves do reino. O diretor de Os Últimos Jedi, Rian Johnson, está desenvolvendo uma nova trilogia da saga para o cinema. Mas essa série continua cercada de mistério, já que sua cronologia ao lado da história da família Skywalker não foi definida. Além de Johnson, a LucasFilm surpreendeu com a contratação da dupla responsável por Game of Thrones, David Benioff e D.B. Weiss, para bolar uma outra série de filmes, trazendo outra sensibilidade para o universo Star Wars. Curiosamente, nenhum destes projetos tem data para sair do papel – à exceção, talvez, do capitaneado por Favreau, já que a Disney planeja lançar seu serviço de streaming ano que vem. O Deadline informou que o estúdio quer abrir as portas com quatro ou cinco filmes originais e mais cinco séries de TV. O orçamento varia de 25 a 35 milhões de dólares por temporada de dez episódios, mas algo como Star Wars (ou uma série live action da Marvel) pode catapultar o preço para os 100 milhões. A Força não deve perder tração nem tão cedo…
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