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Novo Vingadores promete espetáculo que fã de gibis conhece faz tempo

Roberto Sadovski

16/03/2018 15h44

Com Pantera Negra batendo em 1 bilhão de dólares nas bilheterias, fica a pergunta: até onde pode ir Vingadores: Guerra Infinita? A máquina do hype da Marvel prepara-se para a reta final com um novo trailer que, mais uma vez, sugere a maior aposta que um estúdio já fez no cinema. Fato: nenhum projeto na história até hoje se compara em escala com o que o estúdio, comprado pela Disney há alguns anos, vai entregar em pouco mais de um mês. Para quem é fã de história em quadrinhos há tempos, Guerra Infinita é a materialização do tipo de saga que deixa a paixão por gibis mais doce: o crossover de consequências duradouras e impacto imediato em seus jogadores.

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Portanto, não se engane. Vingadores: Guerra Infinita é gibizão, é combate em escala cósmica, é aquele sonho quase impossível que, se no papel pode ser executado porque tinta e imaginação permitem qualquer coisa, hoje é viável no cinema com o casamento tecnologia e uma boa dose de insanidade. O trailer deixa um pouco mais clara a interação do vilão Thanos com os heróis da Terra e explica seu plano de cara: o extermínio de metade da população da galáxia. "Com todas as Jóias do Infinito", explica Gamora a um Tony Stark atônito, "ele pode fazer isso com o estalar dos dedos." Não só pode como já fez. A série Desafio Infinito, um crossover dos anos 90 escrito por Jim Starlin e desenhado por George Perez e Ron Lim, traz Thanos executando seu plano supremo, sendo derrotado apenas quando ele percebe ser indigno do poder em suas mãos. O epílogo da série traz Thanos como um fazendeiro em um planeta isolado, visitado pelo novo detentor das jóias, Adam Warlock.

O filme tem inspiração nessa série (uma edição encadernada chegou a ser mostrada na "sala de guerra" da produção), mas Thanos, versão Universo Cinematográfico Marvel, é um personagem diferente, mais poderoso e mais inteligente. No cinema ele não é um vilão recorrente constantemente derrotado pelos maiores heróis da Terra: ele é uma força da natureza em escala cósmica, para quem os humanos são mera distração ante sua maior realização. Talvez, e aqui é um chute arbitrário, seja essa a fonte de sua eventual derrota. O que é certeza, visto o gigantismo da produção, o peso de seu elenco e seu significado para o futuro do UCM, é que Guerra Infinita trará algumas baixas de guerra significativas: muitos astros com o contrato encerrado, a vontade da Marvel em ampliar seu escopo narrativo e a oportunidade em encerrar a jornada de alguns heróis são fatores decisivos na construção do filme.

Kevin Feige, presidente da Marvel, costuma dizer que, "em caso de dúvida, é só voltar aos gibis". O que os quadrinhos nos ensinou, portanto, é que nada é definitivo – nem a morte, nem o encerramento de um ciclo. Se o UCM pretende mimetizar esse espírito das HQs, então todas as apostas são válidas, e o inesperado precisa estar entre elas. O mundo, afinal, nunca viu nada como Vingadores: Guerra Infinita, e nem um projeto tão completo como o da Marvel. Novas datas até 2022 já foram anunciadas (os filmes que as preenchem devem ser conhecidos somente ano que vem). De cara temos Homem-Formiga e a Vespa este ano, com Capitã Marvel, um quarto Vingadores e um segundo Homem-Aranha já agendados para o ano que vem. Guerra Infinita não é, portanto, o fim de todas as coisas. Mas deve ser, pela força de seus trailers e pelo prazer juvenil em ver tanto super-herói juntos em cena, divertido pra caramba! A título de curiosidade, entretanto, fica a pergunta: quem você acha que vai morrer?

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.