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Lázaro Ramos, o novo Grinch, vê o Brasil: “O papel da arte é se reinventar”

Roberto Sadovski

10/11/2018 02h33

O Grinch é parte integrante do Natal no Hemisfério Norte tanto quanto meias pregadas na lareira, neve aos borbotões e Papai Noel descendo a chaminé. A nova versão do personagem clássico criado por Dr. Seuss, entretanto, traz um sotaque baiano peculiar que, estranhamente, parece se encaixar perfeitamente com o humor ácido e a rabugice do sujeito verde que detesta o Natal. Ao menos, claro, é assim na versão brasileira de O Grinch, em que ele ganha voz de Lázaro Ramos. Essa nova adaptação animada, assinada pelo mesmo produtor de Meu Malvado Favorito, conta com o vozeirão de barítono de Benedict Cumberbatch, mas a interpretação de Lázaro logo faz com que o Grinch seja coisa nossa. O filme, por sinal, é muito fofo e emocionante, beeeem melhor que a versão em live action de 2000, com Jim Carrey enterrado em maquiagem pesada. Um pouco longo demais, algumas modernices pontuais, mas com a mensagem sobre a importância da família em seu lugar. Leve a petizada!

Foi a promessa que Lázaro fez a si mesmo quando topou fazer O Grinch, já que queria levar a família, primeiro de seus filmes que ele pode levar os filhos. Em mais de uma década de carreira, e consolidado como um dos atores mais versáteis de sua geração, esse baiano que acabou de cravar 40 anos de idade surgiu em um momento de renovação na dramaturgia brasileira. Formado no teatro, lapidado no cinema e firme em seu trabalho na televisão, ele continua se reinventando, buscando novas histórias para contar (dos dois lados da câmera), inclusive uma reunião há muito adiada com seus companheiros de migração, Wagner Moura e Vladimir Brichta. Mesmo quando retoma a voz do Grinch nas risadas sinceras, o sorriso largo e o jeitão extrovertido o colocam anos-luz desse alter ego digital, mal humorado e ranzinza. No papo a seguir, Lázaro Ramos fala sobre presente, passado e futuro e, mesmo com o temor de uma nova era de dificuldades para a arte no Brasil, ele faz uma escolha bem consciente do lado em que ele vai ficar nas trincheiras: o do otimismo.

Embora a gente reconheça sua voz, na maior parte do tempo eu só vi o personagem. O que vc teve de mudar em você pra se tornar uma criatura verde e peluda?
Você sabe que é um exercício muito diferente, eu sou um ator muito opinativo e muito autoral em tudo que eu faço. O primeiro dia foi uma espécie de tortura, porque eu queria fazer do meu jeito! Na minha cabeça, se o Benedict (Cumberbatch) fez do jeito dele, eu queria experimentar o meu. Mas não encaixa. Não encaixa na bochecha que incha, na boca que abre, na linguagem corporal, em nada. Então primeiro é um exercício de humildade, de entender que é mesmo um trabalho coletivo, do primeiro cara que dublou e que recebeu a indicação muito clara de resgatar o espírito do livro e do diretor brasileiro, que é o Manolo Reys, e da supervisora da Universal. Só que a tortura não para. O segundo dia é igual, porque a gente fica naquele estúdio por oito horas ouvindo a voz de todo mundo falando com a gente a cada frase. Eu só relaxei mesmo no terceiro dia, quando comecei a entender o mecanismo da coisa e entender que havia criação no processo coletivo. Então a gente trabalha fala por fala. Vem uma bíblia falando da intenção de cada cena, de cada momento, e no fim é um trabalho meio artesanal e que a gente vai pintando quando o pincel principal não está em nossa mão. É muito bonito esse espírito da animação.

E você gravou sozinho…
Sozinho, com muitos lanches, muita água e muita paciência!

Quanto tempo demorou o processo inteiro?
Cinco dias. Oito horas por dia. Mas é frustrante, quando a gente começa a ter prazer, acabou. O quarto dia foi incrível, já entendia como colocar piada, mais à vontade pra propor um caco, dá pra entender que algumas palavras encaixam melhor no abrir e fechar da boca. Quando o docinho tá chegando, aí acabou! Mas eu ainda redublei algumas coisas depois, só que uma cena que eu ia colocar um caco foi cortada!

Como você consegue, dentro desse esquema gigante, continuar com o espírito do personagem nesse esquema mais industrial?
Não faço a menor ideia. Não sei explicar. Só sei que tem uma hora que o personagem domina. E você entende a cadência, nos últimos dias a cadência flui naturalmente, a voz já vem. O problema é que você fica uma semana falando assim! Uma semana! Eu voltei pra casa e minha risada era a do Grinch, Taís (Araújo, que é casada com ele há quatorze anos) não entendeu nada!

Fazer o Grinch tem a ver com você ser pai, querer mostrar o filmes pros filhos…
Tem só a ver! Eu posso fazer a divulgação, dizer que é uma história legal, que eu conheci o livro em um tempo que estive nos Estados Unidos… Mas a maior motivação mesmo foram meus filhos, que nunca viram nenhum trabalho meu no cinema. Aceitei por eles! É um personagem divertido e ainda tem aquela mensagem de emoção, quando fala da questão familiar, eu queria que eles vissem. E eu achei até bom não ter visto o filme completo antes da pré-estreia, porque eu vou ver com eles, eu sou bobo e com certeza vou chorar.

O Brasil não tem muita tradição de fazer filmes de Natal com esses símbolos massificados pela cultura pop como a neve, O Papai Noel descendo pela chaminé….
A gente até incorporou, a gente abraçou. Mesmo a neve, lá em casa a gente sempre colocava algodão no galho… A gente pegava galho seco, colocava algodão, depois pegava caixa de fósforo, embrulhava com papel de presente e era o que seriam as bolinhas. Essa árvore não teve nos Estados Unidos!

Lázaro com Vladimir Brichta, Wagner Moura e Gustavo Lago em A Máquina

Como foi que o bicho do cinema te mordeu?
Eu sempre fui espectador de cinema, nunca imaginei que pudesse fazer cinema. Eu não sabia nem que se fazia cinema no Brasil. Eu não tive acesso a produções culturais em minha infância, não via peças de teatro, não ia ao cinema. Na adolescência eu comecei a ir pra ver Superman, Os Trapalhões, De Volta Para o Futuro. Ficava trancado no Cine Art, que era muito perto de minha escola, e começou a virar um lugar de sonho, eu sonhava com o cinema, sonhava em ter dinheiro pra ver o filme que ia estrear. Nunca imaginei que faria. Tanto que muita gente acha que meu primeiro filme foi Cinderela Baiana, mas eu fui figurante em Jenipapo, da Monique Gardenberg, e eu pensava "meu Deus, eu não sei o que é isso que eu tô vivendo aqui, mas eu queria isso pro resto de minha vida". Não sabia se ia experimentar de novo, tanto que eu ia pro set mesmo quando não tinha de trabalhar, só pra estar perto… Eu tenho uma história ótima com Marília Pera! Eu não sabia como conversar com ela, ela tava fazendo o filme e eu lembro disso até hoje. Eu tinha uns 15, 16 anos de idade, ela tava chupando um picolé de limão, e eu cheguei do lado dela e disse "me dá uma lambidinha". (risos) Eu não sabia o que conversar! Ela olhou pra mim e disse, "criança nojenta"!

Existe o momento em que você deixa de ser o cara que trabalha com cinema para ser o fã das pessoas com quem você trabalha?
Sempre, eu sou muito reverente, até hoje! Quando eu chego perto de quem eu admiro eu fico nervoso, fico tentando ter um papo interessante… fico pedindo uma lambidinha! (risos)

Depois de fazer o verdadeiro clássico que foi Cinderela Baiana, você trabalhou em Sabor da Paixão, com Murilo Benício e Penelope Cruz…
Ela era uma cozinheira baiana que, quando fazia seus pratos, o odor atrai todos os homens da Bahia… Olha que enredo sensacional!

E como foi a transição de sair de Salvador e arriscar o mercado no Rio de Janeiro?
Foi de forma inesperada. Saímos da Bahia, eu, Wagner (Moura), Vladimir (Brichta), além de Gustavo (Lago) e Karina (Falcão) de Pernambuco, pra fazer a peça A Máquina, no Rio, num ano em que estavam sendo feitos muitos filmes. Meu primeiro mês no Rio de Janeiro em fiz teste pra sete filmes e passei nos sete! As Três Marias, O Homem do Ano, O Homem Que Copiava, Madame Satã, Carandiru, e os dois que eu não fiz, Uma Onda no Ar e Cidade de Deus – eu cheguei a ensaiar pro papel do Cabeleira, que ficou com Jonathan Haagensen. Mas o Karim (Aïnouz) me chamou pra fazer Madame Satã e eu saí do filme.

Sabe que, quando o Karim fez Praia do Futuro, ele me disse que, apesar de adorar o estilo de filme que ele faz, um dia ele queria a chance de dirigir Batman! E eu lembrei que você me contou, anos atrás, que era fã de X-Men
Muito fã! Sou muito fã de X-Men! (risos) Alice (Braga) fez Os Novos Mutantes, assim que eu soube mandei um whatsapp, queria que ela me contasse como foi!

Não bate a vontade de dar esse salto e fazer filmes fora?
Não, não tenho vontade de fazer filmes fora. Mas teria vontade de fazer X-Men! Uma coisa muito específica. Agora que tem esse movimento de mudar de estúdio, de relançar tudo, pode ser o momento certo. Eu até pensei em fazer o Mancha Solar, que é brasileiro (em Dias de Um Futuro Esquecido, o personagem foi interpretado pelo mexicano Adam Canto; já o brasileiro Henry Zaga assume o herói em Os Novos Mutantes), pelo menos tentar lgo que fosse mais real… Não vou sonhar com Wolverine, não vou disputar com Hugh Jackman! (risos)

O moço da xerox em O Homem Que Copiava, de Jorge Furtado

Mesmo assim, estamos vendo no Brasil uma turma nova querendo fazer um cinema mais pop, no sentido de fugir da dupla comédia/cinema engajado. Você tem acompanhado essa mudança?
Você já reparou que eu não tenho muito estilo de filme? Eu vou muito pelo projeto e pela possibilidade de experimentar. Vou filmar em poucas semanas um thriller com o Daniel Filho em que eu faço um policial, e é uma experiência diferente. O que me anima são as histórias e a possibilidade de fazer histórias diferentes. Eu já fiz tanto cinema considerado alternativo quanto cinema popular. O que me interessa são as histórias – e as boas companhias, porque set de filmagem é um lugar difícil, tem de ser uma galera legal.

Nesse momento em que a gente acabou de eleger um presidente novo, que não sabemos como vai ficar a cultura no Brasil a partir do ano que vem, você tem algum temor, alguma esperança… Como é que está seu espírito como artista?
Cara, todos os temores, e ao mesmo tempo… Bom, eu comecei a fazer teatro, teatro popular, sem recurso nenhum, com 15 anos de idade, o Bando de Teatro Olodum, que está completando 28 anos agora. Todos os desafios, todas as dificuldades, mesmo nos piores momentos, o que me mantinha ali era saber da utilidade da arte e saber que a gente estava sendo útil para alguém. Seja a utilidade de levar um sorriso pra pessoa e o dia dela ficar mais leve, ou levar uma peça de mais conteúdo e relevância. Essa receita não se perde, apesar de todos os desafios. Essa é a função da arte pra mim, é o que eu gosto de fazer como ator e como artista. As dificuldades virão e o papel que a arte sempre ocupou no mundo foi o de se reinventar. A gente vai ter de se reinventar mais uma vez. Eu só fico na torcida para que a gente não perca boas conquistas. Que corrijam os erros que tivemos ao longo do percurso, mas que as conquistas permaneçam. Às vezes a gente fala da arte num lugar somente do entretenimento mas não, ela tem tantas outras funções, como nos renovar, nos transformar, contar nossa história. Isso não pode ser perdido. Eu sou muito feliz e orgulhoso da minha profissão. Além de me achar um privilegiado, é uma profissão muito nobre e muito necessária pra sociedade.

E você é consumidor voraz de arte! O que vc gosta de consumir como pessoa física?
Série. Fanático por série! Vejo de tudo, todos os dias eu vejo um, dois, três, quatro episódios. De todos os tipos. Até séries que são meia boca, que eu assisto quando estou meio órfão sem nada novo pra ver… (risos) Inclusive no Brasil já tem uns passos sendo dados pra acertar melhor o formato. Eu vi Assédio, Carcereiros, Treze Dias Longe do Sol… Tem uma experiências que estão chegando, até séries cômicas como Samantha!, que é super legal!

Mister Brau?
Ah, já saiu do ar, deixa pra lá… (risos) Foram quatro temporadas, um número bom. Mas sabe que eu teria vontade de revisitar o Mister Brau? De repente em um telefilme. Eu espero que um dia façam… A gente vai fazer agora Ó Paí, Ó 2, no início do ano que vem, com a turma do Bando de Teatro.

Ao lado de Taís Araujo na série Mister Brau, da Globo

A dramaturgia brasileira foi formada em folhetim, que é o estilo que domina há trinta, quarenta anos. Como você, que não faz parte dessa geração de veteranos, mas trabalha em uma rede de TV gigante, participa dessa parte criativa pra renovar o formato e deixar a dramaturga sempre atual?
Olha, há uns dois anos a Globo tem seus comitês. Eu não faço parte de nenhum fixo mas sempre sou convidado pra reuniões. Como o do humor, que a turma debate pra pensar como renovar o humor, ouvir estilos diferentes. Tem um comitê de séries também. Eu queria mesmo ser convidado pra fazer parte permanente de algum deles, pra poder desenvolver um pensamento de ponta a ponta. Porque quando somos convidados, claro que eu estudo pra dar uma opinião, mas às vezes uma opinião é só uma opinião, que é diferente do que acontece na prática. Eu já me coloquei à disposição não só pelo que eu tenho a dizer, mas também pelo que eu tenho a aprender. Eu tinha vontade de destrinchar a dramaturgia de uma série, entender como funciona seu arco dramático, quais são os investimentos… Inclusive há pouco tempo eu fui a Los Angeles estudar isso por um desejo pessoal do filme que eu quero dirigir, Visitei vários estúdios, acompanhei várias gravações, inclusive a série que vai substituir The Big Bang Theory, The Neighborhood. Eu entendi a fórmula, e é maravilhoso ver como funciona, como é o contato direto com o público.

Você sente que existe na Globo esse espaço pra renovação, colocar coisas novas na grade…
Existe, eles tem muitas ideias e tem feito muito estudo sobre isso, eu vejo o movimento com trocas de pessoas de setor, tentativas de estimular outros gêneros. Assédio foi muito bem sucedido, já faz parte desse investimento. É uma série internacional, pode ser vista e entendida em qualquer parte do mundo! E a mudança tem de ser gradual, é uma manivela. Porque tem o pedido do público, tem uma eficiência da dramaturgia de novela.

Me fala desse teu projeto como diretor. Você dirigiu Bando, mas é documentário. Esse projeto é ficção?
Sim, é a adaptação de uma peça que eu dirigi sete anos atrás, Namíbia, Não!, eu vou levar pro cinema, já estou trabalhando há quatro anos nesse projeto. Na verdade eu tenho três roteiros de cinema que estou desenvolvendo aos poucos. Esse é o primeiro. Mas não que eu vá ter uma carreira de diretor! Essas histórias específicas me interessaram e eu acho que posso contribuir…. é por causa das histórias.

Quando a gente vai ver uma reunião do trio de baianos?
(risos) Rapaz, a gente assistiu a É o Fim (comédia de 2013 com Seth Rogen, James Franco e Jonah Hill) e inventou uma coisa assim: pegar os brothers com umas câmeras e toda vez que a gente se encontrar, improvisa umas cenas. Fizemos só duas cenas e paramos… Aliás você tem de falar com o Vladimir pra ver isso um dia porque ele editou, pode pedir! Chama-se O Roubo do Abaporu. A gente gravou na Argentina mais cinco cenas, é a história de uns brasileiros que estão visitando a Argentina e descobrem que o Abaporu (pintura a óleo de Tarsila do Amaral, hoje a tela brasileira mais valorizada no mercado mundial das artes) está no MALBA, o Museu de Arte Latino-Americana, e eles resolvem que vão roubar o quadro e trazer de volta pro Brasil. Eu inclusive faço um argentino chamado Silas… (risos) A gente quer muito nosso É o Fim, mas ainda não rolou!

Vladimir Brichta e Wagner Moura, parceiros desde a Bahia

E como bater a agenda de vocês?
Cara, a gente se encontra muito! O problema é que a gente bebe mais do que trabalha. (risos) A gente só precisava de mais disciplina nesses encontros. A gente só bebe e come, come muito, todo mundo tá ficando enorme!

A gente tem uma dramaturgia muito rica que ainda não foi explorada no cinema. Existe alguma obra que você fala, isso algum dia eu quero fazer?
Nossa… Você sabe que eu tenho muita vontade de fazer um Jorge Amado, hoje? Acho que a gente o abandonou, os últimos a fazer foram o Sérgio (Machado, que dirigiu Quincas Berro d'Água em 2010) e o Marcos Jorge (diretor de O Duelo, de 2015, adaptação de Velhos Marinheiros). Capitães de Areia, da Cecília Amado, saiu também nessa época.

Mas como fazer o público sair de casa hoje para ver Jorge Amado no cinema?
Acho que é o jeito de contar a história. Tem alguma coisa ali! Precisamos investigar, a gente não pode filmar com os valores da época. Precisamos nos impor esse desafio, nos reinventar. O que a gente contaria agora? E eu acho também que não tem muita fórmula, não é muito certo, o público vai mudando seu gosto e seus desejos. Se a gente não tiver essa experiência nunca vamos conseguir entregar o que ele quer. É legal e super importante investir em comédia, investir em biografias, são obras que já tem o carinho do público. Mas qual o próximo salto? O que significa a indústria americana, depois de fazer tantos filmes de ação grandiosos, ainda investir em Pequena Miss Sunshine? Quem diria? Moonlight! Quem diria? Quem diria que Intocáveis, o filme francês, ia fazer aquele barulho. Alguém arriscou.

Bom, eu confio em você…
Não deixe comigo só não, rei, eu confio em você também! (risos) Confiamos todos em todos!

 

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.