Reciclando ideias, Exterminador do Futuro é a série que se recusa a morrer
Temos um novo trailer de O Exterminador do Futuro. O próximo filme, Destino Sombrio, chega aos cinemas em novembro e marca a volta do James Cameron à série que ele mesmo criou – dessa vez como produtor e roteirista. A direção é de Tim Miller (Deadpool), que também trouxe de volta Arnold Schwarzenegger e, como maior surpresa, Linda Hamilton, defendendo a icônica Sarah Connor. Novos personagens, interpretado por Mackenzie Davis, Gabriel Luna e Natalia Reyes, trazem diversidade e juventude ao filme. O teaser sugere um novo tipo de exterminador e uma outra jovem que precisa ser eliminada para garantir a supremacia das máquinas no futuro. Ou algo assim. Basicamente, você já viu esse filme antes – só que dessa vez a turma garante que é diferente.
O Exterminador do Futuro, na verdade, não é um conceito fácil para ser trabalhado. A história original, que basicamente "inventou" James Cameron em Hollywood, teve um arco dramático completinho no primeiro filme, de 1984, com uma variação esperta na continuação de 1991. Segue assim: um ciborgue assassino é enviado do futuro para matar Sarah Connor, a mãe do futuro líder da resistência contra o domínio das máquinas; um soldado é enviado para protegê-la, sem saber que seria ele mesmo o pai do tal moleque. O segundo ampliou o conceito, com Sarah, agora mãe de um adolescente, determinada a impedir que o tal futuro aconteça em primeiro lugar; as máquinas enviam um novo assassino, e os rebeldes mandar um ciborgue para proteger mãe e filho. Ao fim, o futuro distópico é basicamente impedido, fazendo com que a jornada para o amanhã se tornasse uma incógnita.
Seria o fim, claro, se Hollywood não enxergasse a palavra "franquia" estampada com letras garrafais em cada polegada de fotograma da série. Visualmente era uma oportunidade única, e Terminator, como produto, seguiu seu curso. Ainda assim, foi um caminho atribulado, já que a marca, fora das mãos de Cameron, tornou-se produto independente, flutuando por meia dúzia de estúdios e criadores. Tivemos um Exterminador do Futuro 3 com Arnold Schwarzenegger segurando as pontas como o ciborgue assassino; uma série de TV que continuava superficialmente o segundo filme; um reboot desta vez no futuro, A Salvação, sem Schwarza e com Christian Bale no papel do líder da resistência; e finalmente o esquisito Gênesis, que prometeu uma reinvenção maluca de todo o conceito da série, trazendo a volta do astro austríaco, um punhado de viagens no tempo (que reinventaram inclusive trechos do primeiro filme) e um final totalmente fora da casinha, que morreu na praia quando o filme não deu liga.
Destino Sombrio promete, por fim, arrumar a casa. Se O Exterminador do Futuro provou que é uma série que se recusa a seguir o caminho do dodo, ao menos dessa vez James Cameron está de volta para contribuir com a faxina. A premissa ignora tudo que foi lançado depois da aventura de 1991 e surge como uma sequência de T2. Como teaser, é eficiente para vender a ideia de que a série ainda possui fôlego, e recuperar Linda Hamilton como Sarah Connor traz um apelo nostálgico irresistível – ela, e não os ciborgues do futuro, é o centro do trailer e da campanha. Mas Cameron e o diretor Tim Miller precisam suar a camisa para fazer com que os fãs voltem a se importar com os personagens, além de precisar justificar a presença de um Schwarzenegger septuagenário. O futuro, mais do que nunca, é incerto.
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