Teaser sóbrio de Batman Vs. Superman enfatiza diferenças entre Marvel e DC

Isso que é péssimo timing. Na semana em que o mundo nerd/pop/geek só quer saber do novo preview de Star Wars: O Despertar da Força, a Warner/DC teve a infelicidade de ver o teaser de seu Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça (esse nome….) vazar na internet da pior maneira possível. Uma cópia pirata, filmada em celular – e com legendas em português, o que deixa a origem do vazamento aqui na terrinha –, terminou sendo o primeiro vislumbre para o mundo da aventura que reúne os dois heróis, e que estreia em março do ano que vem. Para completar, a coisa já é escura, e a primeira impressão terminou não sendo das melhores. O lançamento "oficial" seria segunda-feira, 20 de abril, num evento no Imax em que uma turma com grana sobrando pagou para sentar por 15 minutos e assistir ao teaser. Agora, o coelho já está fora da cartola – fazendo com que o estúdio liberasse rapidinho o preview de forma oficial.

De cara, fica evidente que o rumo escolhido pelos produtores difere radicalmente do Universo Cinematográfico Marvel, o rolo compressor que atualmente detém o monopólio em filmes de super-heróis de sucesso. Enquanto as aventuras do Homem de Ferro, Capitão América e cia. trazem riscos reais (tão reais quanto um filme de super-heróis pode ter) sem nunca esquecer um enorme senso de diversão, o que fica evidente nos dois minutos de Batman Vs. Superman é que a escola Christopher Nolan de entretenimento continua influenciando o resultado. Tudo é sombrio, reverente, pesado, com zero leveza. É uma escolha até ousada e, de certa forma, coerente. Afinal, a última coisa que a concorrência precisa é de comparações com seu competidor mais bem sucedido. Por esse prisma, Batman Vs. Superman parece ser exatamente aquilo que seus realizadores tem em mira.

Como tudo que temos em mãos é um teaser, ainda é cedo para dizer como o filme vai terminar. Em uma narração inicial, fica claro que o Superman, depois de salvar a Terra do ataque de Zod e seus parceiros em O Homem de Aço – e de destruir a cidade de Metrópolis no processo –, não está sendo visto exatamente com bons olhos. A voz de Lex Luthor (Jesse Eisenberg) anuncia esse medo, o que coloca a população contra o herói. É um bom começo, seguido de Alfred (Jeremy Irons) dizendo a Bruce Wayne (Ben Affleck) como "tudo começa, a febre, a raiva, o sentimento de impotência, que faz dos homens de bem, pessoas cruéis".

A melhor decisão do diretor Zack Snyder é justamente não abraçar a expectativa que talvez o público tenha sobre os heróis, tendo a ousadia de seguir sua própria visão. Não existe, afinal, um Batman ou Superman definitivo. Para o cinema atual – e para o universo que a DC está construindo com este filme, seguido de Esquadrão Suicida, Mulher Maravilha, Aquaman, Flash, Cyborg e dois Liga da Justiça –, essa é a interpretação reinante nos próximos anos. E dá vontade de saber se o Cavaleiro das Trevas vai cumprir sua ameaça e retirar sangue do Homem de Aço. Na série em quadrinhos que Frank Miller criou em 1986 (e de onde o novo visual do Batman foi inspirado), a resposta é positiva.