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Tudo está certo no mundo: Lucas Black volta à série Velozes & Furiosos

Roberto Sadovski

16/09/2013 21h54

Nada me deixa mais abismado em Hollywood do que a série Velozes & Furiosos. De suposta "franquia" encerrada antes mesmo de engatar uma segunda, de repente a coisa voltou com fúria para se tornar uma das séries mais lucrativas do cinema moderno. A cereja no topo do bolo? Lucas Black, protagonista de Velozes & Furiosos: Desafio em Tóquio, está de volta à trupe para o sétimo (!) filme com a grife. E não é só: o Deadline revela que Black se tornará personagem regular em mais dois episódios, fechando gloriosas nove aventuras com carros turbinados, total desrespeito às leis da física e ação com pipoca de primeiríssima.

Como diabos isso foi acontecer?

Uma história rapidinha da série. Era o verão ianque de 2001 e eu estava em Los Angeles para o lançamento de Lara Croft: Tomb Raider. A Universal ia exibir no cinema ao lado de minha sessão de Angelina Jolie com shortinho sua aposta para a temporada: um filme que apostava na cultura de corridas urbanas com uma pitada de crime para apimentar a coisa. Depois de Lara, fui de Diesel e Walker. E Velozes & Furiosos, dirigido por Rob Cohen (diretor que eu achava bacana por Dragão: A História de Bruce Lee), conseguia entregar mais que o prometido. As relações familiares, o policial indeciso sobre de que lado da lei queria ficar, muitos carros tunados e um final espetacular. Bang! Eu estava convencido!

Paul Walker e Vin Diesel filmam Velozes & Furiosos 7, que estreia ano que vem

Mas não Vin Diesel, que saiu fora na continuação (dirigida por John Singleton) para fazer Triplo X com Cohen. Com Paul Walker e Tyrese Gibson, + Velozes + Furiosos foi uma bobagem sem tamanho. Quando o estúdio mudou a direção da série com Desafio em Tóquio em 2006 – com Lucas Black à frente – eu achei que a toalha já estava no chão. Mas o terceiro filme foi dirigido por Justin Lin. E ele tinha outros planos. Na ocasião, batendo um papo com o diretor no verão escaldante de Los Angeles, depois de encarar uma sessão de drifting que deixou meus miolos reverberando no crânio, eu descobri que Lin gostava do conceito original da série, e que ele queria voltar ao começo. A ponta de Vin Diesel ao final de Desafio em Tóquio (feita em troca dos direitos cinematográficos de Riddick) deixou claro que a coisa estava longe de terminar.

E não terminou. De 2009 a 2013, Justin Lin comandou não só mais três filmes da série, como trouxe toda a turma do original de volta (Diesel, Walker, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez), jogou na mistura Tyrese (do segundo filme) e Sung Kang (do terceiro) e ainda mudou o eixo com o quinto filme, Operação Rio, ambientado no Rio de Janeiro e com os músculos de Dwayne "The Rock" Johnson na mistura. De corridas urbanas, Velozes & Furiosos se tornou, com força,. um bom e velho heist movie, o filme de roubo. O sexto filme, lançado este ano, fez com que Desafio em Tóquio não fosse mais o filho indesejado da série, amarrando uma cena crucial da aventura de 2006 com o sétimo Velozes, que já chega aos cinemas ano que vem.

Lucas Black à bordo só confirma que Justin Lin sabia o que estava fazendo, e garantiu à Universal um caixa cheio e lucrativo por ter apostado nele. Velozes & Furiosos 7, agora com James Wan (Invocação do Mal) como diretor, traz Jason Statham, o astro das artes marciais Tony Jaa, Djimon Hounsou e o grande Kurt Russell à trupe. Às vezes pensar grande e pensar no futuro compensa.

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.