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Nerdovski: Schwarza e Stallone, enfim juntos (mais o melhor de cada astro)

Roberto Sadovski

12/10/2013 02h01

Rota de Fuga é o primeiro filme protagonizado por Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone. Os Mercenários não conta, já que Schwarza surge em uma ponta. Agora a coisa é séria, com Sly no papel de um "especialista em testar a eficácia de prisões" jogado em um presídio hi-tech, onde ele tem de contar com a ajuda de Schwarza, que faz um detento cheio de mistério, para fugir. É sobre Rota de Fuga, os filmes de ação dos anos 80, e a participação especial de um sujeito que tem tudo a ver com essa época que Nerdovski esta semana chega para você, clique no vídeo abaixo!

Aproveitando a deixa, aproveitei para fazer uma sessão memória e fui atrás dos melhores filmes de Stallone e de Schwarzenegger, uma era em que os filmes de ação iam melhor de músculos.

Stallone, casca grossa, porém sensível…

Rocky, Um Lutador; Rocky Balboa

(Rocky, 1976; Rocky Balboa, 2006)

Sly escreveu em um fôlego só o roteiro do filme que o tornaria um astro. Rocky, porém, é mais do que isso, é o retrato de uma América derrotada (no Vietnã e em casa) que mostra a força para levantar mesmo ante o mais forte dos inimigos. Quatro filmes de qualidade duvidosa seguiriam, mas Rocky Balboa fechou a saga do boxeador três décadas depois do original com um filme sensível que, mais do que nunca, e ante uma América novamente hesitante, mostrou que o forte não é aquele que bate, mas o que é golpeado e encontra forças para se reerguer.

Rambo: Programado Para Matar; Rambo II: A Missão

(First Blood, 1982; Rambo: First Blood Part II, 1985)

Talvez o casamento mais perfeito de ator e personagem, o primeiro Rambo passa longe de ser "filme de ação": é um drama de guerra avassalador, mostrando com violência de que forma os EUA receberam seus veteranos do Vietnã – homens que foram lutar por seu país e retornaram como estranhos, como uma ferida que não quer cicatrizar. O segundo (com roteiro de James Cameron) assume o herói de o país que o abandonou, um homem que ainda assim não perde a fé no sonho. E, pô, suas flechas são mais bacanas que as do Gavião Arqueiro…

Risco Total

(Cliffhanger, 1993)

Depois de um longo período de filmes de quinta, Stallone cometeu este ótimo filme de ação, mais uma vez no papel de um sujeito comum – um alpinista marcado por uma tragédia – que precisa enfrentar seus medos para resgatar um amigo… e dar cabo de um monte de ladrões perigosos. As paisagens geladas, captadas pela lente de Renny Harlin, são de tirar o fôlego. Um filmaço!

Cop Land

(1997)

Stallone queria provar que não se encaixava no estereótipo do herói de ação e protagonizou este drama policial poderoso, dirigido por James Mangold. No papel do xerife de uma cidade que abriga boa parte dos policiais de NY, Sly surge com quilos a mais, longe de sua melhor forma e tendo de mostrar serviço ao lado de Robert De Niro, Harvey Keitel e Ray Liotta. Quer saber? Ele consegue com louvor! Ah, e preste atencão no tiroteio silencioso no clímax do filme: um dos grandes momentos do gênero nos anos 90.

Os Mercenários; Os Mercenários 2

(The Expendables, 2010; The Expendables 2, 2012)

Depois de tantos altos e baixos, Stallone criou uma homenagem ao gênero que o consagrou – e chamou os amigos para dividir o bolo e se divertir na festa. Abraçando todos os clichês dos filmes de ação, o time que traz Jason Stathan, Jet Li e Dolph Lundgren ganhou o reforço de Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger (uma ponta no primeiro filme, papeis mais suculentos no segundo), colocou Jean Claude Van Damme como vilão e ainda resgatou a lenda Chuck Norris! Ano que vem tem mais, com Wesley Snipes, Harrison Ford e Mel Gibson na mistura. Só falta Nicolas Cage…

 

Schwarzenegger, casca grossa, porém… porém nada, só casca grossa

Conan, o Bárbaro

(Conan The Barbarian, 1982)

Schwarza chegou em Hollywood, derrubou algumas portas, mas só encontrou seu par perfeito quando encarnou o cimério criado por Robert E. Howard em Conan, o Bárbaro. Eu mesmo já coloquei meus dois cents sobre a obra prima de John Milius aqui, mas nunca é demais lembrar o quanto esta aventura fantástica é genial! Tem roteiro de Oliver Stone, Arnold discorrendo sobre o sentido da vida (se você não sabe recitar a frase, precisa fazer a lição de casa), a voz do Darth Vader, criaturas infernais, mulher pelada, sacrifício humano, muito sangue e muita barbárie. Nunca é demais.

O Exterminador do Futuro; O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

(The Terminator, 1984; T2: Judgement Day, 1991)

James Cameron talvez tenha sido o diretor que melhor entendeu a persona cinematográfica de Schwarzenegger, e foi jogada de mestre colocar o austríaco como vilão em O Exterminador do Futuro – um ciborgue assassino que chega ao presente para matar a mãe de uma criança não nascida. Mais genial ainda foi fazer do personagem um herói na continuação, até hoje um dos filmes mais emblemáticos da década de 90. Esqueça os outros, Reveja T1 e T2 numa sessão só e seja feliz.

Predador

(Predator, 1997)

John McTiernan sabia das coisas. Sabia construir clima, sabia dosar efeitos especiais e sabia arrancar o melhor de seu elenco, não importa a ambientação acelerada e fantasiosa que ele comandasse. Foi assim em Duro de Matar e em A Caçada ao Outubro Vermelho, e é assim em Predador, em que Schwarza não é o alfa da história, e sim presa de um caçador alienígena que usa a selva colombiana como campo de batalha. McTiernan ainda dirigiu o astro em outro exemplar de cinema com colhões de outrora: O Último Grande Herói.

O Vingador do Futuro

(Total Recall, 1990)

Uma coisa é inegável: Arnold Schwarzenegger sempre tentou se cercar dos melhores diretores do ramo em seus filmes. O holandês maluco Paul Verhoeven o conduziu nesta adaptação de um conto de Philip K. Dick sobre perda de identidade e a descoberta do que cria a consciência de um homem. Tudo isso para levar Schwarza à Marte em busca de seu verdadeiro eu, salvando rebeldes e mutantes no processo. O design árido e os efeitos fantásticos ajudaram a criar um clássico moderno.

True Lies

(1994)

Em seu último grande filme, mais uma vez sob direção de James Cameron, Arnold é um verdadeiro James Bond moderno, inteligente e com diversas gadgets à disposição. Seu trabalho é tão secreto que nem sua família sabe que ele é um espião. Quando seus dois mundos entram em choque, o resultado é uma aventura exuberante, extremamente bem humorada e que, graças ao traçado geopolítico do mundo no novo milênio, será a única aventura de Harry Tasker e cia. no cinema. Uma pena.

Concorda, discorda? Seu favorito ficou de fora? Quais os piores? A palavra, caro leitor, agora é sua!

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.