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Nada de Vingadores: foco de Guerra Civil ainda é o Capitão América

Roberto Sadovski

25/11/2015 17h02

civil war posters

Capitão América: "Sinto muito, Tony, mas ele é meu amigo".

Homem de Ferro: "Eu também era".

O primeiro trailer de Capitão América: Guerra Civil chega para jogar algumas teorias no chão e deixar claro que, apesar do gigantismo do elenco, este não é um novo Vingadores disfarçado. É mesmo um novo capítulo na saga de Steve Rogers, o herói que veste a bandeira americana. O teaser, que explode online semanas antes da estreia do novo Star Wars, continua a trama de O Soldado Invernal, com o Capitão e o Falcão em busca de Bucky, parceiro do bandeiroso durante a Segunda Guerra, que sobreviveu ao conflito e se tornou um assassino soviético após sofrer lavagem cerebral. Como em seu trabalho anterior, os irmãos (e diretores) Joe e Anthony Russo entrecortam cenas de ação grandiosas com desenvolvimento dos personagens, colocando mais um bloco no Universo Cinematográfico Marvel.

Tanta expectativa, claro, abre espaço para frustração. Não foi desta vez que o novo Homem-Aranha (Tom Holland) deu o ar da graça: apesar da extrema boa vontade de alguns fãs, que enxergaram o personagem em meio frame, ele não está no trailer. O Pantera Negra (Chadwick Boseman, que ganha filme próprio em julho de 2018) surge em cenas rápidas, só para aguçar o apetite. Os próprios Vingadores, que aparecem em peso na aventura (os ausentes são Thor e o Hulk, que dividem um filme, Thor: Ragnarok, em 2017), também estão relegados à pano de fundo.

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Nada de Homem-Aranha, mas olha aí o Pantera Negra!

O bacana, por outro lado, é o foco no conflito entre o Capitão (Chris Evans) e Tony Stark, o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.). A trama traz o peso de Vingadores: Era de Ultron, que deixou uma cidade destruída e a sugestão de que seres tão poderosos não podem ter a permissão de agir sem supervisão. Embora Stark alinhe-se com o governo, antevendo as consequências de atuar na ilegalidade, o Capitão não se dobra à nova lei – em parte para proteger Bucky, o Soldado Invernal (Sebastian Stan), agora com a memória recuperada e, aparentemente, acusado de algum ato terrorista que, desta vez, não teve sua mão. O resultado é a cisão dos Vingadores em pólos opostos e um quebra-pau do Homem de Ferro contra o Capitão e Bucky – uma das cenas mais bacanas do trailer.

Claro que ainda há muito a ser revelado. Apesar da constante especulação de fãs, a trama de Guerra Civil ainda encontra-se coberta de mistério, bem como o papel dos prováveis antagonistas. O primeiro é Ossos Cruzados, ou Brock Rumlow (Frank Grillo), e agente da SHIELD que terminou Capitão América: O Soldado Invernal com seu corpo carbonizado e, claro, jurando vingança. O novo jogador é o Barão Zemo (Daniel Brühl), vilão nazista dos quadrinhos que provavelmente não usará sua característica máscara púrpura e nem deve ser sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. A surpresa fica por conta de William Hurt, de volta como o general Thaddeus Ross, visto pela última vez em O Incrível Hulk, de 2008.

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Fechou o tempo entre o Homem De Ferro, Capitão América e Bucky!

Capitão América: Guerra Civil empresta seu nome e conceito de uma série publicada pela Marvel em 2006, em que uma ação precipitada de um grupo de heróis de segunda linha resulta na morte de centenas de pessoas. O governo passa uma lei regulamentando os heróis fantasiados, que são obrigados a revelar sua identidade e a receber treinamento – o que também divide os vigilantes em dois grupos, liderados pelo Capitão América e pelo Homem de Ferro. Claro que, no papel, a escala é muito maior que no filme, assim como o número de personagens – basicamente todos os personagens da Marvel se envolveram no conflito. Para o filme, os elementos principais foram mantidos, mas o foco, como o primeiro trailer confirma, é mantido em Steve Rogers e seu conflito constante para se adaptar a um mundo que ele ainda não compreende. Melhor assim.

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.