Quando eu era moleque, nada era mais bacana do que assistir a série Thunderbirds. Tudo era sensacional: os veículos espetaculares, a ação vertiginos, o fato de tudo ser produzido com marionetes. Notícia bacana do dia: Thunderbirds Are Go volta à TV em 2015 (ano cabalístico, tô dizendo…) em uma série novíssima produzida pela Pukeko Pictures, da Nova Zelândia, com design e animação à cargo da Weta, que vai ao ar pela britânica ITV. Notícia bacana número dois: Rosamund Pike foi escalada para emprestar sua voz para o papel icônico de Lady Penelope. E não é o caso de uma atriz fora da mídia em busca de espaço: Pike dividiu a cena com Tom Cruise em Jack Reacher, combateu monstros de fantasia no segundo Fúria de Titãs e está com a turma cool do cinema inglês em The World's End, ao lado de Simon Pegg e Nick Frost.

Para você que já nasceu com a internet no lugar e não sabe o que é telefone analógico, Thunderbirds acompanha as aventuras da família Tracy – o astrunauta Jeff e seus cinco filhos – que pilotam os veículos de resgate mais sensacionais nas missões mais perigosas. O vilão The Hood tenta destruir os Tracy, mas eles tem o auxílio do cientista Brains e, claro, de Lady Penelope. Criada por Gerry e Sylvia Anderson, a série estreou na TV inglesa em 1965, no auge da febre James Bond, e a mistura de ação, cenários grandiosos e gadgets bacanas garantiram seu sucesso. A producão misturava marionetes com efeitos especiais executados em cenários reais na escala dos bonecos, um processo batizado supermarionation.

Embora não tenha alcançado tanto sucesso do lado de cá do Atlântico, Thunderbirds se tornou parte do cenário cultural pop na terra da Rainha, alçando status cult com suas inúmeras reprises – na TV e no rádio. As miniaturas dos Tracy e dos veículos se tornaram itens de colecionador e, ao lado de Dr. Who, são as imagens mais reconhecíveis da produção da TV inglesa no resto do mundo. Vai saber quais reprises eu assisti quando moleque, ou quantos episódios. Mas existe algo absurdamente bacana no estilo dos Thunderbirds, na ingenuidade das tramas e na habilidade em construir o que basicamente é um mundo de brinquedo que torna a série atemporal.

Thunderbirds Are Go, que batiza a nova série, é o título do primeiro longa dos personagens, de dezembro de 1966. A ideia é misturar efeitos digitais com cenários reais e com os bonecos – o que, a julgar por O Senhor dos Anéis, a Weta tem um pouquinho de experiência. Dedos cruzados para que eles não façam NENHUMA alteração do design original dos veículos, ou da ilha onde moram os Tracy, e nem do FAB 1, o bólido de Lady Penelope. "É muito empolgante trazer o gosto por aventura de Lady Penelope para uma nova geração", diz Rosamund Pike. "Os roteiros são muito modernos e muito divertidos." Veremos quando a coisa sair do forno, mocinha!

Ah, Jonathan Frakes dirigiu uma versão para cinema de Thunderbirds, com Bill Paxton, em 2004. Um desastre completo e absoluto que a gente vai deixar o tempo varrer para o esquecimento…