Kevin Costner planeja uma trilogia de westerns – o que é uma ótima ideia!
Roberto Sadovski
29/03/2014 13h44
Engraçado como tem gente que gosta de antever o apocalipse. Veja o caso dos detratores de Kevin Costner: desde que ele lançou Waterworld em 1995 – e desceu do pedestal de grande astro de Hollywood por conta de seu relativo fracasso –, o ator conduz uma carreira discreta, com filmes pouco memoráveis entrecortados por uma ou outra pérola. Para essa turma, ele já era! Mas Costner vem experimentado uma espécie de renascimento, recuperando em parte seu status de leading man em filmes como 3 Dias Para Matar e no ainda inédito Draft Day, de Ivan Reitman, e se recolocando como coadjuvante de luxo em candidatos a blockbuster como O Homem de Aço (que funcionou) e Operação Sombra: Jack Ryan (já esse…). Mas a série de TV Hatfields & McCoys, de 2012, foi a grande responsável pelo ressurgimento de Costner. Não por acaso o coloca em seu habitat mais familiar: o western.
Por isso é de ficar empolgado quando Costner fala sobre seus planos de criar uma nova série de faroestes para o cinema. Em um papo com o Collider, ainda no set de Jack Ryan, o astro revelou sua vontade de rodar simultaneamente uma trilogia do gênero e de lançar os três filmes no espaço de um ano – começando no feriado do Memorial Day, com o segundo no Dia de Ação de Graças e o terceiro no ano seguinte, no Dia da Independência. É um plano ambicioso (que poderia culminar com um quarto filme) que depende da boa vontade do estúdio disposto a pagar a conta. Aí a coisa fica difícil, já que westerns não tem sido exatamente a menina dos olhos de executivos de Hollywood – o que atesta os números dos recentes Cowboys & Aliens e O Cavaleiro Solitário.
Mas Costner não está falando de uma mistureba de estilos ou da adaptação inchada de uma série de TV. Embora seu Oscar por Dança com Lobos (que ele protagonizou, produziu e dirigiu) ficasse melhor na estante de Martin Scorsese e seu Os Bons Companheiros, as qualidades do filme são inegáveis. O DNA do gênero, para o bem ou para o mal, permeia a carreira do ator, seja na ficção científica (Waterworld e O Mensageiro são, afinal, westerns), seja indo direto ao ponto, como em Silverado e Wyatt Earp. E mais: a última vez que Costner sentou na cadeira de diretor foi para fazer um faroeste, o excepcional (e pouquíssimo visto) Pacto de Justiça. Clint Eastwood fechou a lojinha no gênero com Os Imperdoáveis. Kevin Costner pode ser o sujeito ideal para lhe dar um novo respiro, e seu plano de filmes interconectados e lançados num espaço de tempo curto pode ser o gancho necessário para vender o pacote. É algo que eu gostaria de ver.
Sobre o autor
Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".
Sobre o blog
Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.