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De X-Men a Fênix Negra, um ranking com todos os filmes mutantes no cinema

Roberto Sadovski

22/05/2016 06h35

X-Men: Fênix Negra encerra a saga dos mutantes da Marvel no cinema – ao menos na atual encarnação. Ao todo, foram doze filmes em dezenove anos, criando um universo nem sempre coeso, muitas vezes empolgante e em alguns momentos, como em sua derradeira empreitada, decepcionante. Listas como essa aqui sempre podem ser atualizadas para abraçar novos exemplares, mas um ranking com todos os filmes dos X-Men encontra um epílogo definitivo. Afinal, com os personagens migrando para o Universo Cinematográfico Marvel com a compra da Fox pela Disney (ao lado do Quarteto Fantástico), é certo esperar um reboot completo pelos próximos anos. Dessa forma, o listão a seguir ganha essa última versão, com Fênix Negra devidamente inserido no bolo. Qual seria a sua ordem de preferência mutante? Comente aí embaixo e vamos nessa!

Segue o texto original, publicado em maio de 2016!

X-Men: Apocalipse está em cartaz, dividindo opiniões e, para o bem ou para o mal, mantendo a série dos mutantes da Marvel mais em evidência do que nunca. Já são dezesseis anos de X-Men no cinema, criando um "universo mutante" que, apesar de trazer o selo da Marvel, mantém-se em distância saudável do outro Universo Cinematográfico. A verdade é que é legal o Homem-Aranha trafegar pelo mesmo espaço do Capitão América e Homem de Ferro. Seria bacana ter o Quarteto Fantástico nas mãos competentes da turma da Marvel Studios. Mas a última coisa que eu gostaria de ver seria os X-Men entrando nesta dança: os mutantes não precisam interagir com outros super-heróis – até porque não o são!

Mas este papo fica para uma outra oportunidade. Antes de assistir a Apocalipse, revi todos os filmes (ao todo são nove) na ordem de lançamento, e deu para preparar este ranking esperto, que coloca as aventuras mutantes no cinema de seu pior momento até seu maior triunfo. O mais surpreendente ao rever os filmes é perceber sua consistência visual, narrativa e temática. Na verdade, Apocalipse, que mergulha fundo na fantasia, nem parece fazer parte do mesmo mundo de X-Men 2, por exemplo, mesmo tendo indiscutivelmente o mesmo DNA. Concorda? Discorda? Não seja tímido, solte o verbo nos comentários! E começamos a brincadeira com…

12. X-MEN: FÊNIX NEGRA
(X-Men: Dark Phoenix, 2019)

O diretor e roteirista Simon Kinberg ficou nas boas intenções com essa (segunda) adaptação da saga mais festejada dos heróis nos quadrinhos. Frouxo e desinteressante, o filme traz um roteiro que nunca empolga, executado com um elenco praticamente sonâmbulo. O público dormiu junto: Fênix Negra estreou nos cinemas ianques com 33 milhões de dólares, a soma mais baixa de um lançamento em toda a saga. Um adeus melancólico para uma saga vencedora. Você pode ler o que eu achei do filme em detalhes aqui.

11. X-MEN ORIGENS: WOLVERINE
(X-Men Origins: Wolverine, 2009)

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Tudo deu errado neste primeiro spin of da série dos mutantes. A começar pelo vazamento do filme inteiro na internet semanas antes de sua estreia! O mundo, então, já conseguiu espiar que a origem do Wolverine, havia resultado em um filme flácido, incoerente, mal escrito, ancorado única e exclusivamente no carisma de Hugh Jackman. Mas não colou. Vale, talvez por curiosidade mórbida, ver Ryan Reynolds penando como Deadpool (sério!), retratado de forma canhestra e sem o menor sentido. Recentemente, o diretor Gavin Hood deixou largar que, se havia culpa a ser atribuida devido a X-Men Origens: Wolverine, ela seria inteira dele. Tá certo…

10. X-MEN: O CONFRONTO FINAL
(X-Men: The Last Stand, 2006)

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Hora de confessar: o terceiro X-Men não é um filme ruim. Se ele sofre de algum pecado, é apenas a decisão bisonha de seguir duas linhas narrativas, quando uma delas já casava com os temas apresentados pela série nos filmes anteriores. Tópico em questão: a cura mutante, que desperta a fúria de Magneto, decidido a finalmente dar cabo da humanidade. Sua "arma" é o elo fraco do filme, a Fênix Negra na qual transforma-se a telepata Jean Grey, num fiapo de trama que jamais conecta-se com o filme anterior, além de acelerar e atropelar uma trama que precisava de mais tempo para ser maturada. Ainda assim, é um filme de ação decente com ao menos duas cenas memoráveis: a morte de Charles Xavier (spoiler warning de uma década!) e o final, com Jean e Wolverine. De resto, não preste atenção à fúria de fãs babões.

9. X-MEN: APOCALIPSE
(X-Men: Apocalypse, 2016)

 

A nova aventura mutante estacionou aqui em meu ranking. Dá uma lida sobre o que eu achei do filme.

8. X-MEN
(2000)

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Meu primeiro contato com o mundo dos X-Men no cinema foi em fevereiro de 2000, quando fui um dos únicos três jornalistas do mundo a visitar o set da aventura dirigida por Bryan Singer. O que logo surpreendeu foi a seriedade com que a produção era encarada, já que o diretor nunca pensou em fazer um "filme de super-heróis", e sim uma ficção científica de temas profundos que espelhavam conflitos bem reais do lado de cá da tela. X-Men passou por diversas mãos antes de chegar a Singer, com o roteiro rodando com um sem número de escritores. É de fato um milagre que o filme tenha uma narrativa coerente e tão coeso – dezesseis anos depois, envelheceu bem num mundo pós-Matrix e pré-o-cinema-como-banca-de-gibis. Quando X-Men completou 15 anos, falei sobre ele aqui. Também escrevi um especial sobre sua importância para a criação do primeiro universo Marvel nos cinemas aqui.

7. WOLVERINE IMORTAL
(The Wolverine, 2013)

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James Mangold conseguiu, dentro das amarras de um estúdio em busca de um produto para agradar a todos, construir uma aventura do Wolverine com personalidade, intensa na medida certa e com uma trama que mistura conflito emocional e ação desenfreada. O terceiro ato sucumbe à mesmice e pode decepcionar. Mas, até lá, Wolverine Imortal se mostra um vencedor. Eu falei sobre o filme aqui quando ele foi lançado.

6. DEADPOOL 2
(2018)

A segunda aventura com Ryan Reynolds no papel do mercenário mutante (tecnicamente seria a terceira, mas estamos ignorando o Wolverine de 2009…) abraçou ainda mais o universo dos heróis da Marvel, trazendo mais humor e ousadia com a adição de Cable (Josh Brolin), Domino (Zazie Beetz) e Brad Pitt (é sério!) na mistura. Eu falei mais sobre Deadpool 2 aqui.

5. X-MEN: PRIMEIRA CLASSE
(X-Men First Class, 2011)

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Depois de X-Men Origens: Wolverine, a série dos mutantes parecia sobreviver por aparelhos. Foi quando Bryan Singer voltou ao universo dos heróis (como produtor), e entregou este recomeço para o diretor Matthew Vaughn. E deu tudo certo. Ambientado nos anos 60, mesma época em que Stan Lee e Jack Kirby criaram a série nos quadrinhos, Primeira Classe voltou seu olhar para a gênese da Escola da Jovens Superdotados de Charles Xavier (James McAvoy), o começo de sua amizade com um sobrevivente do Holocausto Nazista, Erik Lehnsherr (Michael Fassbender) e como os dois recrutaram mutantes para uma nova era. Um dos grandes trunfos do filme é sua narrativa ancorada em acontecimentos reais, no caso a crise dos mísseis de Cuba, quando o mundo quase mergulhou na Terceira Guerra Mundial. Emocionalmente carregado, e brilhante como espetáculo, Primeira Classe é uma aventura que fica melhor a cada revisão.

4. DEADPOOL
(2016)

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Sim, Deadpool faz parte do "universo mutante" no cinema – não existe evidência maior que ele mencionar os X-Men, o mutante Colossus ser parte integrante da narrativa e até a escola de Charles Xavier ser mostrada. Ainda assim, encaixar o mercenário tagarela no mundo mais sóbrio desenvolvido pela série dos X-Men é um quebra-cabeças delicado, que vamos acompanhar de camarote nos próximos anos quando os laços ficarem mais próximos com Deadpool & Cable e, principalmente, X-Force. Enquanto isso, você pode ler o que eu achei de Deadpool aqui.

3. X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO
(X-Men: Days of a Future Past, 2014)

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Bryan Singer uniu duas gerações de X-Men no cinema em um filme que passou a vassoura na linha temporal da série e criou um novo ponto de partida para que os mutantes sejam desenvolvidos em um "universo" semelhante ao que a Marvel tem feito com seus heróis. O ponto de ligacão é Wolverine que, em um futuro devastado por robôs programados para eliminar mutantes (ou humanos que possam gerar mutantes), tem sua mente arremessada a seu corpo no passado, nos anos 70, à tempo de salvar o futuro. Pode soar complicado, mas o filme deixa a trama fluir e, mesmo com Hugh Jackman no centro de tudo, dá espaço para o (grande) elenco ter seu espaço. Falei sobre o filme aqui.

2. X-MEN 2
(X2: X-Men United, 2003)

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A segunda aventura dos mutantes não só é o melhorcom a equipe dos X-Men, como também é um dos grandes filmes com super-heróis da história, lado a lado com Superman – o Filme, Homem-Aranha 2, Os Vingadores, Batman – O Cavaleiro das Trevas e Capitão América: Guerra Civil. Com liberdade depois do sucesso inesperado da aventura anterior, o diretor criou uma grande metáfora sobre a luta das minorias por seu espaço, usando a batalha dos X-Men contra um militar que os odeia por motivos egoístas como pano de fundo. A trama aborda as origens de Wolverine, borra a linha entre heróis e vilões (Magneto é o grande aliado dos mutantes da escola de Xavier) e termina numa sequência avassaladora, que mostra o que é realmente ser humano, mesmo quando seu desenho genético o coloca um passo à frente na escala evolutiva. Além disso, X2 consolidou Hugh Jackman como astro e provou em definitivo que os heróis dos quadrinhos no cinema estavam aqui para ficar.

1. LOGAN
(2017)

O epílogo perfeito para a saga dos X-Men no cinema não trouxe a equipe reunida, nem envolveu uma trama para salvar o mundo. Mais alinhado com o western ao estilo Os Imperdoáveis do que com filmes de super-heróis, Logan foi um projeto ousado, arriscado e subversivo, que virou ao avesso as "regras" do cinema pop da última década. Hugh Jackman e o diretor James Mangold criaram uma despedida agridoce e violenta para o Wolverine, ainda o personagem mais complexo e espetacular do universo dos X-Men. Com o reboot inevitável a ser promovido nos próximos anos pela nova gerência dos mutantes no cinema, Logan (eu falei sobre o filme aqui) termina como testamento da força narrativa dos "filmes de super-heróis" quando ele se despe das amarras do gênero para abraçar o bom cinema.

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.